Artigo Acesso aberto Revisado por pares

The dynamics of a shared periphery

2024; Coimbra University Press; Volume: 24; Issue: 1 Linguagem: Português

10.14195/1645-2259_24-1_1

ISSN

2183-8615

Autores

Miguel Lourenço,

Resumo

Em 1640, a secessão da Coroa de Portugal da Monarquia dos Habsburgo colocou em suspenso a prática de cooperação entre os tribunais das inquisições ibéricas que, a diferentes níveis, vinha ocorrendo desde a fundação do Santo Ofício português. No Sueste Asiático e na Ásia Oriental, não se verificou nunca uma situação de guerra aberta como na Península Ibérica entre Portugal e Espanha. A cautela evidenciada pelos governadores das Filipinas em relação a localidades como Macau e Borrobos (Macáçar) – estabelecimentos informais e com graus de institucionalização diferenciados – e a expectativa de que os seus moradores se viessem a declarar por Filipe IV possibilitou uma comunicação informal entre vassalos declarados por Coroas distintas. Ao mesmo tempo, criou um ambiente favorável ao intercâmbio de informação e correspondência inquisitorial entre as Inquisições do México e de Goa quando, na Península Ibérica, tais práticas se encontravam interrompidas. Este artigo pretende demonstrar como a configuração dos impérios ibéricos na Ásia criou condições para a continuidade de uma cooperação inquisitorial apesar das guerras da Restauração entre as duas Coroas ou das proibições comerciais estabelecidas após o final do conflito.

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