
Museu da Casa Brasileira entre legitimidade cultural e boa-vontade democrática
2024; Sociedade Brasileira de Sociologia; Volume: 12; Linguagem: Português
10.20336/rbs.982
ISSN2318-0544
AutoresJuliana Shiraishi, Carolina Pulici,
Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoEste artigo investiga como o Museu da Casa Brasileira, situado no antigo solar de um casal da elite paulistana, atende às demandas contemporâneas de “democratização cultural”. Se, no momento de sua fundação, o museu hesitou entre priorizar o mobiliário artístico representativo das classes dirigentes e, inversamente, as peças de valor histórico e antropológico emblemáticas de todos os grupos sociais do país, pode-se dizer que tal impasse se mantém operante até os dias atuais. A análise de documentos institucionais e de entrevistas com os responsáveis pelos principais setores da instituição revela uma política cultural dualista: ao promover tanto o design “erudito” valorizado pelo público cultivado quanto o referencial cotidiano da casa prezado por visitantes não versados em arquitetura doméstica, o MCB preserva sua legitimidade no universo dos experts e, a um só tempo, sinaliza sua “boa-vontade democrática”.
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