Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Experiências limiares em L'Analphabète, de Agota Kristof

2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO; Volume: 5; Issue: 8 Linguagem: Português

10.34024/exilium.v5i8.16370

ISSN

2675-6188

Autores

Fabiana Fanganiello,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Na autobiografia L’Analphabète, Agota Kristof revisita alguns períodos na sua vida, marcados por uma experiência de escrita das mais surpreendentes: a autora, de origem húngara, abandonou o idioma materno para escrever em francês, língua da região onde se exiliou, na Suíça. À parte esta diáspora linguística, a autora retratou nesse curto texto as fases mais fundamentais de um percurso artístico marcado pelo princípio da negação: ela é a estrangeira, a exilada, a escritora tornada, de repente, analfabeta, buscando, através da aprendizagem da uma língua, com qual nunca travou contato, a recuperação da sua escrita e da sua própria identidade cindida. Esses períodos, analisados à luz do conceito de limiar, de Walter Benjamin, conforme o explicam Jeanne-Marie Gagnebin e João Barrento, e tendo como fio condutor a sua relação com a leitura e com a escrita, podem oferecer-nos uma leitura vigorosa da obra, no sentido de recuperar a importância dos ritos de passagem num contexto de guerra, exílio e exclusão social.

Referência(s)