Paisagem urbana foto-gravada: percursos e experimentações gráficas
2024; Linguagem: Português
10.5151/7spdesign-009
ISSN2318-6968
AutoresCarolina Grespan CARVALHAES, Clice de Toledo Sanjar MAZZILLI,
Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoA pesquisa qualitativa teórico-prática explora os processos para a produção de fotogravuras com o tema da paisagem urbana, com ênfase nas experimentações gráficas, nas práticas de ateliê e nas relações entre o projeto de gravura e seu resultado analógico e impresso. Encontra-se em fase final de coleta e tratamento de dados, tendo passado pela banca de qualificação em junho de 2023. Os dados serão coletados por meio de pesquisa documental e bibliográfica, entrevistas semiestruturadas com artistas e análise de peças gráficas e de documentos de processo (arquivos digitais, fotolitos, fotocópias, provas, matrizes). As técnicas de coleta abrangem buscas em bancos de dados; registros de práticas de ateliê e interação com artistas. De acordo com Sougez (2022), compreende-se a fotogravura como um processo de impressão de fotografia com tinta, na qual a água-tinta da calcogravura é adaptada para a imagem fotográfica. Esta pesquisa considera fotogravura como a combinação da imagem fotográfica a um processo de gravura de estampa, como calcografia, serigrafia, mokulito, gumprint, etc. O trabalho visa a analisar as características que os diversos procedimentos suscitam, estabelecendo inter- relações entre as técnicas, poéticas e resultados. Além do trabalho prático da própria pesquisadora, estão sendo analisadas fotogravuras de três artistas contemporâneos: Gilberto Tomé, Raphaelle Faure-Vincent e Thereza Miranda. Por meio de paralelos entre os quatro, o estudo também busca aprofundar-se sobre questões da linguagem: as relações com a materialidade e o sentido da imagem e as transformações que a foto sofre na passagem do digital para o analógico. Sennet (2013) e Munari (2000) trazem reflexões sobre a manipulação e o enfrentamento dos suportes como parte da criatividade. O primeiro relaciona a prática manual com o ato de pensar, associando a imaginação com a perícia artesanal. Munari (2000) reforça a prática como componente da criatividade quando discorre sobre a experimentação e a exploração de materiais e técnicas. Salles (2008) aborda a obra de arte em construção por meio dos vestígios deixados pelos artistas, feitos em diferentes linguagens. Ela também afirma que a criação engloba a ideação e a manipulação, reforçando a importância da prática no processo de produção. Além da abordagem histórica e da possibilidade de multiplicação da imagem, a aproximação entre fotogravura e design parte do entendimento de que ambos são criados a partir de um projeto que estabelece diretrizes para a construção da imagem. Na fotogravura, primeiramente é necessário definir o recorte temático a ser fotografado, depois editar e processar os arquivos; em seguida, passamos à composição da imagem, quando, por exemplo, são definidas a mancha gráfica e possíveis combinações entre imagens e aplicação de texturas. A próxima fase diz respeito à gravação: escolha do formato, escala, material e técnica. Na etapa de impressão definem-se os tipos de papel, cores e tintas, dentre outros recursos gráficos. Portanto, a fotogravura exige planejamento. Espera-se que as singularidades de cada gravador analisado contribuam para identificar generalidades nos modos de fazer e pensar a imagem, além de estimular o trabalho de outros artistas.
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