
O gênero da nação: presenças e representações das mulheres na Independência do Brasil
2024; Centre de Recherches sur les Mondes Américains; Linguagem: Português
10.4000/11vrl
ISSN1626-0252
Autores Tópico(s)History of Colonial Brazil
ResumoA construção das nações como comunidades imaginadas supõe a seleção de personagens e fragmentos de realidade a partir dos quais se erigem mitos e heróis nacionais. O quão representativas dos grupos que compõem a nação são estas representações é uma questão em aberto. Reconhecendo que a história oficial e suas releituras refletem não apenas o estado das pesquisas e das fontes históricas mas também as relações de poder na sociedade, as desigualdades de estatuto e classe social, gênero e raça são bases para o reconhecimento ou invisibilização de contribuições diversas na formação de uma nação.As mulheres, sobretudo quando pobres e racializadas, tendem a ser invisibilizadas na história política de países marcados por patriarcado e racismo. Em relação às lutas pela Independência do Brasil, a versão oficial absorveu aos poucos nuances discretas de participação feminina, incorporadas diferentemente conforme suas condições desiguais, como a contribuição de Leopoldina, esposa legítima e imperatriz, para que ocorresse o “grito do Ipiranga”, bem como o papel de um conjunto de mulheres que lutaram pela consolidação da Independência na Bahia, como Maria Quitéria, Maria Felipa e Joana Angélica, que refletem a condição diversa das mulheres brasileiras na passagem da Colônia ao Império.Considerando que a política é talvez o espaço onde menos se avançou na construção da igualdade de gênero no Brasil, este trabalho pretende contribuir para a análise de como na representação da Independência se reinventam ou se repetem visões dos limites e possibilidades da participação política feminina no Brasil.
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