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Impacto da Leishmaniose Visceral na saúde pública: desafios e estratégias de intervenção

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 17; Issue: 6 Linguagem: Português

10.55905/revconv.17n.6-355

1988-7833

Wallace William da Costa, Amanda Vanessa Bandeira de Araújo Cavalcanti, José Wilton Saraiva Cavalcanti Filho, Geórgia Lopes de Miranda Loura, Mariah Tavares Barreto, Lucas Molina, Raianny Christina Niesing Rachid, Hirys Louça Carneiro, Odara Renata Limberg Barbosa, Marcelo Frota Cunha Lira, Evelly Vitória Azevedo de Souza, Douglas Alves da Costa Canella, Reynald Lima Machado, Camila Carolina Rodrigues do Nascimento, André Pereira Lopes Rubio,

Research on Leishmaniasis Studies

A Leishmaniose Visceral (LV), conhecida por sua gravidade, configura um desafio persistente para a saúde pública, especialmente em regiões tropicais e subtropicais do Brasil, onde as condições socioeconômicas desfavoráveis e características ambientais promovem a proliferação de vetores e reservatórios da doença. Este estudo abrangente foi concebido para analisar a incidência de internações hospitalares atribuídas à LV no território brasileiro durante o período de janeiro de 2014 a março de 2024, com um enfoque detalhado na distribuição demográfica da doença, contemplando diferentes faixas etárias, gêneros e distribuições geográficas. Utilizando uma metodologia descritiva e quantitativa, este trabalho recorreu ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (DATASUS) para coletar e analisar dados sobre internações. Os resultados apontaram para um total de 20.291 internações no período estudado, com uma concentração significativa na Região Nordeste, que registrou 11.513 casos (56,75%). Esta foi seguida pelas regiões Sudeste, Norte, Centro-Oeste e Sul, demonstrando uma disparidade regional considerável na incidência da doença. Além disso, a maior parte das internações ocorreu entre indivíduos do sexo masculino (62,86%) e predominou entre jovens de menos de 29 anos (63,95%), indicando um perfil demográfico particularmente vulnerável. O estudo também revelou que os gastos totais com o tratamento da Leishmaniose Visceral alcançaram aproximadamente R$ 12.283.056,69, evidenciando um impacto financeiro substancial sobre os recursos dedicados à saúde pública. Diante desses dados, o estudo propõe a implementação de estratégias de intervenção, incluindo programas intensivos de educação em saúde, a adoção de políticas preventivas robustas e o fortalecimento dos sistemas de saúde locais. Estas medidas são essenciais para assegurar o acesso universal a diagnósticos precisos, tratamentos eficazes e programas de reabilitação. Conclui-se que a adoção de uma abordagem integrada e fundamentada em evidências é indispensável para enfrentar os desafios impostos pela Leishmaniose Visceral. Essa estratégia deve ser capaz de oferecer uma resposta mais eficaz, eficiente e humanizada à gestão dessa doença endêmica, reduzindo suas repercussões sobre a população afetada e sobre o sistema de saúde como um todo.