Das imagens que faltam à fabulação das memórias animadas em dois filmes ensaios

2024; Volume: 30; Issue: 1 Linguagem: Português

10.33871/19805071.2024.30.1.8893

ISSN

1980-5071

Autores

Régis Orlando Rasia,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Este texto analisa o uso da imagem animada em dois filmes: "A Imagem que Falta", dirigido pelo diretor cambojano Rithy Panh, e "Valsa com Bashir", do diretor israelense Ari Folman. Ambas as obras destacam-se não apenas pelo modo como articulam suas narrativas, mas também pela abordagem dos traumas vividos pelos realizadores como testemunhos dos horrores da guerra. Questões relacionadas aos aspectos documentais e às fronteiras entre ficção parecem não dar conta para interpretar esses filmes. A ideia, então, é examinar essas obras à luz do filme-ensaio e compreender como a animação emerge como um dispositivo potente para lidar com uma ausência, uma lacuna, que o material de arquivo e o registro fotográfico por si só não conseguem abarcar. A animação, carregada por traços da imaginação e, sobretudo, por seus potentes regimes de fabulação, surge como um atravessador das memórias, explorando a expressão cinematográfica além das questões do realismo visual. Sendo assim, busca-se o inalcançável do arquivo e da imagem fotográfica, como ultrapassamento do interdito e a obscenidade da morte diante do horror da guerra.

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