Artigo Acesso aberto Produção Nacional

William Harvey e a circulação sanguínea: um diálogo com seus antecessores

2024; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 19; Issue: 1 Linguagem: Português

10.11606/issn.2178-6224v19i1p45-63

ISSN

2178-6224

Autores

Luana Beatriz Xavier Nunes,

Tópico(s)

History of Medicine and Tropical Health

Resumo

William Harvey (1578-1656) apresentou a doutrina da circulação do sangue em 1628, em sua obra De motu cordis, considerada seu trabalho mais importante. O tratado foi resultado de nove anos de observações e demonstrações anatômicas de animais e humanos e causou grande impacto entre médicos, filósofos e anatomistas do período, gerando diversos comentários e refutações, principalmente porque as ideias de Harvey sobre a circulação implicavam a quebra de autoridade e do conhecimento tradicional que era aceito na época. Entretanto, a doutrina da circulação do sangue foi resultado de um conhecimento construído desde a Antiguidade até o início do século XVII e apesar de a obra de Harvey ser considerada um marco na mudança do pensamento fisiológico e anatômico e devido a seu estilo de pensamento lógico e sua firmeza em refutar ideias de seus antecessores, é inegável a contribuição de seus antecessores na construção do conhecimento sobre a circulação sanguínea. Este trabalho tem por objetivo apresentar alguns dos pressupostos que constituíram a tradição médica do período e como essas contribuições influenciaram Harvey, seu método e suas conclusões a respeito da anatomia cardiovascular, movimentos do coração e movimento do sangue em sistema fechado.

Referência(s)