Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE CRIANÇAS NOTIFICADAS COM SÍFILIS CONGÊNITA EM GOIÁS NO PERÍODO DE 2019 A 2022

2024; Elsevier BV; Volume: 28; Linguagem: Português

10.1016/j.bjid.2024.103778

ISSN

1678-4391

Autores

Anna Luiza Silva Carvalho, Divina D'arc Cândida de Araújo Bezerra, João Marcus da Silva Gonçalves, Mariana Rodrigues Sandes da Silva, Lilian de Araújo Lima, Janaina Fontes Ribeiro, Vitória Araújo Porto Silva, Juciele Faria Silva, Leonardo Alves Rezende, Maysa Aparecida de Oliveira,

Tópico(s)

Syphilis Diagnosis and Treatment

Resumo

A Sífilis Congênita (SC) trata-se da transmissão da bactéria Treponema pallidum da gestante infectada para o feto. A transmissão vertical (TV) ocorre principalmente intraútero, via transplacentária, com taxa de transmissão de até 80%, mas também pode ocorrer via parto vaginal, no contato direto com a lesão sifilítica. A TV da sífilis pode ocorrer em qualquer fase da gestação e até 50% das gestações com sífilis não tratadas podem resultar em abortamento, prematuridade, baixo peso ao nascer e morte do recém-nascido. A SC é um agravo de notificação compulsória de acordo com a Portaria n° 542/1986. Descrever o perfil clínico e epidemiológico de crianças notificadas com Sífilis Congênita em Goiás no período de 2019 a 2022. Estudo epidemiológico e transversal realizado a partir de dados de domínio público obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Boletim Epidemiológico - Sífilis 2023 do Ministério da Saúde. As variáveis analisadas foram taxa de incidência, idade da criança, idade da mãe, escolaridade da mãe, raça da mãe, realização do pré-natal, diagnóstico da sífilis materna, tratamento do parceiro concomitante ao da gestante, classificação final e evolução. No período avaliado, foram notificados 2.563 casos de SC. A taxa de incidência variou de 6,3 a 8,7 casos por 1.000 nascidos vivos, a maioria das crianças tinha até 6 dias de nascimento (97,1%). Sobre as mães, a maioria tinha entre 20-24 anos (35,6%), possuía ensino médio completo (21,5%) e era da raça parda (58,5%). Em relação ao pré-natal, 82,0% das gestantes realizaram e 63,4% receberam o diagnóstico de sífilis materna no pré-natal. Em relação ao parceiro, 55,5% não foram tratados concomitante à gestante. Sobre a classificação final, 94,6% foram classificadas como Sífilis Congênita Recente e, na evolução do caso, prevaleceu recém-nascido vivo em 89,8% dos casos. A incidência de SC em Goiás permanece acima da meta do Guia para Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis de ≤ 0,5 caso por mil nascidos vivos. Embora a taxa de incidência seja uma medida importante para identificar falhas na prevenção da TV durante o pré-natal, nesse trabalho não foi possível analisar se as falhas estavam relacionadas à falta de tratamento do parceiro ou ao esquema de tratamento inadequado da gestante, pois apesar da ficha de notificação da SC registrar o esquema terapêutico da mãe, esses dados não estão disponíveis no SINAN.

Referência(s)