Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A Medicina Veterinária Forense na investigação de um crime contra um cão doméstico – Relato de caso

2024; Associação Brasileira de Criminalística; Volume: 13; Issue: 2 Linguagem: Português

10.15260/rbc.v13i2.821

ISSN

2237-9223

Autores

Vanessa Eloisa Dallabrida, Rodrigo Ananias Barreiros Silva, Thaís Aparecida Silva, Luciana Dalazen dos Santos, Nádia Cristine Weinert, Adriano de Oliveira Torres Carrasco, Jayme Augusto Peres, Márcio de Barros Bandarra,

Tópico(s)

Restraint-Related Deaths

Resumo

A medicina veterinária forense pode ser entendida como a aplicação dos conhecimentos científicos relacionados à saúde animal, com o intuito de aplicação de leis colaborando com as atividades judiciárias. Quando do óbito, seja natural, intencional ou por imprudência, lança-se mão da tanatologia, um ramo da patologia que se preocupa com a morte somática e as alterações cadavéricas. Identificar se uma lesão foi acidental ou não acidental, ou seja, se ela indica crime, exige a análise integrada de todos os resultados do exame, considerando o contexto da história, a cena do incidente e as conclusões da investigação resultantes dos exames médico-veterinários. Neste contexto, descreve-se no presente relato o caso de uma perícia conduzida por médicos veterinários em colaboração com a polícia civil, relacionada a um cão sem raça definida (SRD), suspeito de ter sido vítima de maus-tratos. O tutor acionou a polícia sob a suspeita de que o animal tivesse sido criminosamente carbonizado. Ao longo do exame pericial completo, envolvendo exame de corpo de delito, virtópsia e necropsia forense, algumas suspeitas foram levantadas e descartadas. A avaliação completa dos órgãos foi impossibilitada devido ao avançado estado de putrefação, mas foi suficiente para descartar a possibilidade de carbonização do animal. Não foram encontrados sinais de disparos de arma de fogo, traumas mecânicos ou indícios de queimaduras. No entanto, a detecção do tóxico Aldicarb no trato gastrointestinal sugere que a causa da morte foi intoxicação exógena. Assim, a realização do exame necroscópico, mesmo em cadáveres em avançado estado de autólise e putrefação, é crucial para investigar as circunstâncias da morte e fornecer subsídios essenciais na elucidação de crimes.

Referência(s)