Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Pensamento Livre e Obediência

2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; Volume: 31; Issue: 64 Linguagem: Português

10.21680/1983-2109.2024v31n64id35084

ISSN

1983-2109

Autores

Paulo Borges de Santana,

Tópico(s)

Psychology and Mental Health

Resumo

De duas maneiras distintas, Kant articula a liberdade de pensamento com a obediência civil. No texto sobre o Esclarecimento, o uso público da razão seria “a mais inofensiva de todas as liberdades”, colocando-se, juntamente com mote de Frederico II, em paradoxo com a liberdade civil. Passando ao Conflito das Faculdades, cujo prefácio tematiza a obediência à luz de uma carta de censura e de sua resposta, Kant defenderá uma prerrogativa da Faculdade de Filosofia de manter legitimamente um conflito com as faculdades superiores, i.e., com as ciências permeadas pelo poder e pelas ordens de um governante. A partir desses textos, almejamos ressaltar a especificidade de uma liberdade de pensamento tratada não tanto como liberdade civil, mas como uso público da razão. Compreendendo que tal uso não deve ser permitido ou proibido segundo o arbítrio de um governo, pensaremos em que medida a Filosofia enquanto Faculdade contribuiria para garantir essa acepção ativa de público.

Referência(s)