Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

beira da morte

2024; Volume: 27; Issue: 43 Linguagem: Português

10.23925/ua.v27i43.e62236

ISSN

1980-8305

Autores

Matheus Eduardo de Oliveira Rocha,

Tópico(s)

Linguistics and Language Studies

Resumo

Adentrar no estudo dos livros pseudoepígrafos, incorre em se aproximar de um relevante fenômeno literário dentro do multifacetado contexto cultural e religioso judaico, em distinção às suposições canônicas e autoritativas distantes do seu locus de concepção. Nesse sentido, o presente trabalho se lançou na empreitada de analisar o Testamento de Abraão, enquanto obra de instigante configuração narrativa, catalisadora de sentidos para as comunidades que a receberam e participante do dialogismo que permeou o judaísmo e protocristianismo. De início, realizou-se uma apresentação literária da obra, por meio de apontamentos narrativos que delineiam o transcorrer dos eventos que compõem as suas três principais seções: A hospitalidade do idoso Abraão para com o Arcanjo Miguel; Jornada celestial de Abraão, conduzido por Miguel, como resultado de último pedido antes de sua morte; O encontro da Morte com Abraão. Na sequência, o artigo se deteve nos complexos aspectos concernentes à redação do texto, nas possibilidades relativas ao seu ambiente de formação e na divisão de cópias em dois grandes grupos, a recessão “A” e a “B”. Por fim, na terceira parte do desenvolvimento da pesquisa, examinou-se a possibilidade de dialogismo entre o material em questão e alguns textos que se encontram no Novo Testamento, observando-os de forma paralela. Por consequência, identificou-se uma narrativa que confronta a angústia da morte entre cenas irônicas e situações inusitadas, a qual reflete o pluralismo latente no judaísmo e nas primeiras comunidades cristãs, sendo parte integrante e confluente do imaginário fundador de seus textos.

Referência(s)
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