Eugénio de Andrade, Manuela Porto e os alciões de Nemésio

2017; Linguagem: Português

10.62791/bk9bpr28

ISSN

2573-1432

Autores

Fernando J. B. Martinho,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Resumo: O poeta Eugénio de Andrade relata ter ouvido, por volta dos seus dezassete ou dezoito anos, a célebre diseuse Manuela Porto recitar o poema de Vitorino Nemésio “Pus-me a contar os alciões chegados,” publicado no n° 10 da Revista de Portugal e incluído na colectânea Eu, Comovido a Oeste (1940). A este poema o autor de Coração do Dia permaneceria para sempre fiel, referindo-se a ele num poema seu e incluindo-o na sua Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Para Eugénio de Andrade, o poema de Nemésio contém “os seus versos mais secretos.” Em parte pelo menos, este poema fundamentará a opinião de Andrade que Nemésio é um dos poetas que integram o grupo que justifica, em prol da poesia portuguesa do século XX, a designação de Século de Oiro. Na base da alta opinião que esposa Andrade pela poesia do autor de “Canário de Oiro” está o impacte que terá tido nele a recitadora Manuela Porto, a que José Régio viria a chamar “a inesquecível ateadora da Poesia de labareda em voz alta.”

Referência(s)