
Rastreamento de câncer do colo do útero em uma população indígena na Amazônia brasileira: o caso do DSEI Amapá e Norte do Pará e da Terra Indígena Wajãpi
2024; Volume: 48; Linguagem: Português
10.15343/0104-7809.202448e15932024p
ISSN1980-3990
AutoresJuliana Rosalen, Mariana Maciel Queiroz Gavassi, Franciane Pereira Fardin, Mariana Maleronka Ferron,
Tópico(s)Indigenous Health and Education
ResumoO câncer de colo de útero é uma neoplasia comum e letal para mulheres no Brasil, com uma estimativa de 17 mil novos casos entre 2023 e 2025. A região Norte apresenta as maiores taxas de incidência e mortalidade, refletindo desigualdades no acesso a serviços de saúde. A detecção precoce e a vacinação são essenciais para a prevenção, mas a cobertura é insuficiente quando se trata de povos indígenas. Trata-se de um estudo descritivo que busca analisar a proporção de exames citopatológicos em mulheres indígenas de 25 a 64 anos, considerando dois triênios, de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), com base nos dados do Sistema de Informação do Câncer. Os dados foram obtidos a partir de dados populacionais do Distrito Especial de Saúde Indígena do Amapá e Norte do Pará. No primeiro triênio (2018-2020), a proporção de exames foi de 3,37% no DSEI AMP e 0% em Pedra Branca do Amapari, município de referência do povo wajãpi. No segundo triênio (2021-2023), essas proporções aumentaram para 21,95% e 52,38%, respectivamente. A melhora significativa nos indicadores de realização de exames junto aos Wajãpi, é atribuída ao Projeto de Rastreamento de Câncer do Colo do Útero, realizado pelo Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé) em cooperação com o DSEI AMP. Ainda que a colaboração entre as comunidades wajãpi, Iepé e DSEI AMP tenha produzido uma melhoria nos índices, os desafios permanecem, especialmente em relação à cobertura e à qualidade da assistência à saúde fornecida aos povos indígenas.
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