“O grito silencioso”: desvendando os nós invisíveis do suicídio e da autolesão entre jovens no Brasil
2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 17; Issue: 8 Linguagem: Português
10.55905/revconv.17n.8-144
ISSN1988-7833
AutoresAntônio Nacílio Sousa dos Santos, José Neto de Oliveira Felippe, Mariluza Sott Bender, Ranyelle Moreira Breguêdo, Liliane Afonso de Oliveira, Elvice de Fátima Correia Rocha, João Vitor Magalhães do Nascimento, Vera Lúcia Teodoro dos Santos Souza, Anna Thereza Leite Cavalcanti, Paulo Fernando da Silva, José Claudenelton Costa, Maihara Sábio Furtado, Cristiano Corrêa de Paula, Isael da Silva Pinheiro, Samanta Guimarães Natalino Castro,
Tópico(s)Health, Nursing, Elderly Care
ResumoO suicídio é uma das principais causas de morte no mundo. No Brasil, dados do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com pesquisadores de Harvard, anunciaram que as taxas de suicídio entre jovens cresceram 6% entre 2011 e 2022. Além disso, a taxa de notificações por autolesões também teve um aumento de 29% na faixa etária de 10 a 24 anos no mesmo período. Esses números são superiores aos observados na população em geral, onde a taxa de suicídio cresceu 21% ao ano durante esse período. Frente a isso, surge a pergunta: mesmo com o aumento das ações e políticas públicas para a prevenção do suicídio, como entender esse alto crescimento de casos ano após ano no país? A pesquisa desenvolvida é de natureza qualitativa (Minayo, 2016) e quantitativa (Da Silva, et al., 2014) descritiva (Gil, 1999) e compreensiva (Weber, 2009). Para ampliar a compreensão desse fenômeno social, incluímos dados sobre raça e etnia, pois é crucial entender como essas variáveis influenciam a vulnerabilidade aos comportamentos suicidas e às autolesões. Os achados confirmam uma correlação significativa entre o estigma (Goffman, 2015), que é a centralidade teórica para a análise compreensiva, associado aos problemas de saúde mental e o aumento das taxas de suicídio e autolesões entre jovens. Observamos que esses sujeitos de determinadas raças e etnias, particularmente aqueles que enfrentam discriminação racial, frequentemente têm menos acesso a serviços de saúde mental de qualidade e enfrentam barreiras adicionais como a falta de recursos financeiros e apoio social. Além disso, o estigma internalizado leva à vergonha e ao silêncio, o que impede que esses jovens busquem a ajuda necessária. Concluímos que é crucial que as políticas públicas não apenas aumentem a disponibilidade de serviços de saúde mental, mas também abordem o estigma e a discriminação que contribuem para o aumento das taxas de suicídio e autolesões entre os jovens.
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