AVALIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA VARIAÇÃO DA VEGETAÇÃO DE RESTINGA: O CASO DO BAIRRO LAGOMAR, MACAÉ - RJ
2022; departamento de geografia; Volume: 24; Issue: 2 Linguagem: Português
10.26512/2236-56562021e40270
ISSN1516-9375
AutoresÉdson Avelar Guimarães, Mateus Corrêa Emerick, Bárbara Dias Ferreira, Fernanda Teles de Miranda Maia, Orlando Salvador Neto, Graziele Girlane da Silva Carneiro, Francyane Nogueira Gonçalves,
Tópico(s)Geography and Environmental Studies
ResumoEm um cenário de serra e mar, córregos e rios, manguezal e restinga, Macaé iniciou a ocupação do território graças aos atributos naturais de sua paisagem e as atividades econômicas relacionadas à agricultura e pesca. A partir de 1970/1980 a cidade experimentou um boom demográfico (aproximadamente 338% de crescimento populacional) até 2010, em virtude da descoberta de petróleo, atividades relacionadas e a promessa do progresso. Esse fato gerou acúmulo de riqueza, mas também produziu bolsões de miséria, ocupações irregulares nas margens de rios, estuários e em parte da orla norte do município, sobretudo nas áreas do bairro Lagomar. Nesse contexto, além de uma breve discussão acerca do contraste entre a riqueza advinda do petróleo e uma população socialmente vulnerável, que encontra em áreas ambientalmente sensíveis o único espaço para morar, este trabalho objetiva analisar quantitativamente os efeitos da ocupação desordenada em áreas de restinga, tendo como marco o período histórico de mudança nas atividades econômicas. Foram utilizadas imagens de satélite da série Landsat para os anos de 1986, 1992, 2000, 2010, 2020 em três locais distintos: aglomerado urbano irregular; área proteção integral sem ocupação humana e um balneário ocupado dentro da área de proteção integral; e realizado o processo de classificação supervisionada, pelo método da verossimilhança, para as localidades e calculada os respectivos valores de área de vegetação correspondente a cada década. Houve supressão significativa de vegetação na ocupação irregular enquanto não houve variação nas áreas de proteção integral. A manutenção da vegetação no balneário pode ser um indicativo que as soluções passam por planejamento urbano, redução das desigualdades sociais e ações efetivas por parte do poder público. Em última instância a simples presença de populações humanas não está diretamente ligada à degradação dos ecossistemas e perda de vegetação e biodiversidade.
Referência(s)