NEUROCIRURGIA FUNCIONAL: TRATAMENTO DE DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS COM ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA
2024; Volume: 16; Issue: 2 Linguagem: Português
10.36692/v16n2-146r
ISSN2178-7514
AutoresEmanuel Moura de Souza Santos, Yuri Ribeiro Cantudo, Hortência Silva Andrade, Ian Miguel Freitas, Thomas Henrique de Melo Almeida, Igor Peçanha Souza, Jaís Monteiro Cordeiro de Alvarenga, Davi Daróz Gonçalves, Rafael Hubner Andrade, Allexia Zopé Sartório Brum,
Tópico(s)Moyamoya disease diagnosis and treatment
ResumoA neurocirurgia funcional é uma especialidade que busca tratar distúrbios neurológicos e neuropsiquiátricos por meio de intervenções cirúrgicas que alteram a função cerebral. A Estimulação Cerebral Profunda (ECP) é uma das abordagens mais inovadoras e eficazes na neurocirurgia funcional, envolvendo a inserção de eletrodos em áreas específicas do cérebro para modular a atividade neuronal. Esta técnica tem mostrado resultados promissores no tratamento de distúrbios como a doença de Parkinson, tremores essenciais, distonia e transtornos obsessivo-compulsivos. Este resumo explora os princípios da neurocirurgia funcional, a aplicação da estimulação cerebral profunda, seus benefícios, desafios e as perspectivas futuras dessa abordagem. O objetivo deste trabalho é revisar a aplicação da estimulação cerebral profunda na neurocirurgia funcional, destacando os principais distúrbios neurológicos tratados com essa técnica. Pretende-se analisar a eficácia e segurança da ECP, discutir os avanços tecnológicos e metodológicos, e identificar os desafios e áreas de desenvolvimento futuro na aplicação dessa terapia. Trata-se de uma revisão bibliográfica focada na eficácia e evolução da estimulação cerebral profunda (ECP) para Parkinson e outros distúrbios neurológicos. Utilizou-se uma abordagem qualitativa e quantitativa com as bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science. Para o refinamento da pesquisa, foram utilizados os descritores em saúde “Estimulação Cerebral Profunda”, “Doença de Parkinson”, “Distúrbios do Movimento” e “Avanços Tecnológicos”. O recorte temporal abrange os anos de 2019 a 2021. A estimulação cerebral profunda é uma técnica que envolve a inserção de eletrodos em regiões específicas do cérebro, conectados a um gerador de pulsos implantado sob a pele. Os pulsos elétricos gerados pelos eletrodos modulam a atividade neuronal nas áreas-alvo, ajudando a aliviar sintomas e melhorar a função neurológica. A ECP atua através da modulação da atividade elétrica cerebral em áreas específicas, como os núcleos da base, que estão frequentemente envolvidos em distúrbios motores e neuropsiquiátricos. A estimulação contínua altera a atividade neuronal anormal, ajudando a restaurar o equilíbrio funcional no cérebro. A escolha das áreas de estimulação é baseada na neuroanatomia e na patofisiologia do distúrbio neurológico. A ECP é amplamente utilizada no tratamento da doença de Parkinson, especialmente em pacientes que não respondem adequadamente à medicação. A estimulação do núcleo subtalâmico ou do globo pálido interno tem demonstrado reduzir significativamente os sintomas motores, como tremores, rigidez e bradicinesia, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Além da doença de Parkinson, a ECP tem sido eficaz no tratamento de tremores essenciais e distonia. Em pacientes com tremores essenciais, a estimulação do núcleo ventral intermediário do tálamo pode reduzir a amplitude dos tremores, enquanto a estimulação do globo pálido interno pode aliviar os sintomas de distonia, uma condição caracterizada por contrações musculares involuntárias e anormais. A ECP também tem sido explorada no tratamento de transtornos obsessivo-compulsivos, especialmente em casos graves que não respondem a tratamentos convencionais. A estimulação de áreas como o circuito frontoestriatal pode ajudar a reduzir os sintomas obsessivos e compulsivos, oferecendo uma alternativa para pacientes com formas severas do transtorno. Os avanços na tecnologia de ECP, incluindo o desenvolvimento de dispositivos mais precisos e ajustáveis, têm melhorado a eficácia e a segurança do tratamento. Técnicas de imagem cerebral avançadas, como a ressonância magnética funcional, têm auxiliado na identificação das áreas-alvo mais eficazes para estimulação, aumentando a precisão da terapia. Apesar dos benefícios, a ECP enfrenta desafios, como a necessidade de ajuste preciso dos parâmetros de estimulação e a possibilidade de efeitos colaterais, como distúrbios do humor e infecções no local do implante. Além disso, a terapia requer um acompanhamento contínuo para ajustar os parâmetros de estimulação e gerenciar possíveis complicações. Portanto, conclui-se que a estimulação cerebral profunda é uma abordagem eficaz e inovadora na neurocirurgia funcional para o tratamento de distúrbios neurológicos, incluindo a doença de Parkinson, tremores essenciais, distonia e transtornos obsessivo-compulsivos. A técnica oferece benefícios significativos na modulação da atividade cerebral e alívio dos sintomas, especialmente em casos onde os tratamentos convencionais são insuficientes. Com os avanços tecnológicos e metodológicos contínuos, a ECP tem o potencial de se tornar uma terapia ainda mais refinada e amplamente acessível. No entanto, é crucial continuar a pesquisa e o desenvolvimento para superar desafios e melhorar a eficácia e segurança da estimulação cerebral profunda, garantindo melhores resultados para os pacientes.
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