Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Visão geral e aspectos clínicos do glaucoma em bebês e crianças

2024; Volume: 6; Issue: 8 Linguagem: Português

10.36557/2674-8169.2024v6n8p3528-3537

ISSN

2674-8169

Autores

Camilla Maganhin Luquetti, Carolina Laperuta Pauletti, Thays Ferray Soares, Fernanda Abensur Fróes Ramos, Isabel Caroline Zanatta Pedon, Paulo Henrique Fabiano Zamora, Luíza Nascimento Santos, Anna Isabel Rocha de Oliveira, Júlia Sousa Grego, Pedro Pomarico de Oliveira, Carla Cristina Maganhin, Elson Assunção de Andrade Lima Júnior, ISIS MARCONDES SODRÉ DE ALMEIDA,

Tópico(s)

Maternal and Neonatal Healthcare

Resumo

Introdução: O glaucoma representa um grupo heterogêneo de doenças oculares com neuropatia óptica progressiva, manifestada pela escavação do disco óptico e, geralmente, associada ao aumento da pressão intraocular (PIO). Pode levar a danos no nervo óptico e consequente perda visual. A perda da visão periférica ocorre primeiro, mas se o glaucoma não for tratado, pode levar à perda da visão central e à cegueira completa. Em bebês e crianças pequenas, podem ocorrer danos adicionais ao sistema visual, incluindo erro refrativo grande e potencialmente assimétrico, edema ou cicatrizes da córnea, astigmatismo, estrabismo e ambliopia. O diagnóstico e o encaminhamento precoces são cruciais para garantir o resultado visual ideal. Objetivo: compreender a visão geral do glaucoma em bebês e crianças. Metodologia: Revisão de literatura a partir de bases da Scielo, da PubMed e da BVS, de março a maio de 2024, com descritores “glaucoma”, “management”, “babies”, e “children”, cadastrados no DeCS/MeSH e operador “AND”. Incluíram-se artigos de 2019-2024 (total 181), com exclusão de outros critérios e escolha de 05 artigos na íntegra. Resultados e Discussão: O glaucoma pode ser classificado quanto ao ângulo da câmara anterior (aberto/fechado) e primário/secundário. O de ângulo aberto é o mais comum em crianças e adultos, com perda progressiva do campo visual periférico seguida de perda de campo central em um padrão típico. Quando primário, há malformação angular isolada (trabeculodisgênese), sendo raro na infância e com início nos primeiros anos de vida. A idade em que os sintomas aparecem pela primeira vez provavelmente está relacionada à gravidade da disgênese angular. Se juvenil, aparece após 4-5 anos de idade. Geralmente são assintomáticos e o dano ao nervo óptico é oculto. O diagnóstico é dado pelo dano ao nervo óptico no exame do fundo de olho tipicamente na presença de PIO elevada e déficit de campo visual. Na maioria dos casos, há histórico familiar positivo. A intervenção cirúrgica é base terapêutica e medicamentos são adjuvantes. A frequência de acompanhamento depende da gravidade. Quando secundário, é adquirido ou relacionado à anormalidade ocular subjacente, em qualquer idade e pode estar presente no nascimento (ex: tumores, trauma, glicocorticoides, retinotipatia da prematuridade). O diagnóstico é confirmado com exame de fundo, tonometria e campimetria. Conclusão: Glaucoma é a segunda principal causa de cegueira no mundo. A neuropatia óptica nem sempre apresenta aumento da pressão intraocular, o que pode atrasar o diagnóstico. Faz-se importante o reconhecimento e diagnóstico precoce, bem como acompanhamento com oftalmologista na infância.

Referência(s)