MANUAIS ESCOLARES PARA ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS EM ANGOLA E A INFLUÊNCIA DE PAULO FREIRE
2023; UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS; Volume: 28; Issue: 1 Linguagem: Português
10.34019/2447-5246.2023.v28.40333
ISSN2447-5246
AutoresFrancisca Izabel Pereira Maciel, Juliano Guerra Rocha,
Tópico(s)Poverty, Education, and Child Welfare
ResumoAngola esteve sob a égide do colonialismo português até 1975, após 14 anos de guerra e vitória do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tinha inspiração no pensamento marxista-leninista. O elevado número de analfabetos do país era uma preocupação entre os “camaradas” do movimento. Diante disso, observaram a necessidade de produção de materiais didáticos direcionados ao ensino de leitura e escrita, bem como de formação pedagógica para os alfabetizadores, condizentes com os princípios de uma alfabetização conscientizadora. Logo, o objetivo deste artigo é analisar os manuais escolares de alfabetização de adultos, de Angola, tendo como objeto de estudo o Manual de Alfabetização e o Guia do Alfabetizador da coletânea A vitória é certa, observando as influências do pensamento freireano nesses materiais. Esses livros foram organizados e produzidos por integrantes e militantes do Centro de Estudos Africanos (CEA) e do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), nos anos de 1960, sendo reeditados nos anos seguintes, nos períodos pré e pós-independência. O trabalho se ancorou numa pesquisa documental e bibliográfica, cuja documentação foi inventariada no Acervo Digital da Associação Tchiweka de Documentação, de Angola, e na Biblioteca digital das Memórias de África e do Oriente, da Universidade de Aveiro, Fundação Portugal-África. O estudo bibliográfico baseou-se, especialmente nas obras de Paulo Freire e de pesquisadores/as da história política e educacional de países africanos. A análise empreendida confirmou as influências de Freire na proposta de alfabetização angolana, sobretudo no Guia do Alfabetizador, como um material que objetivava uma alfabetização consciente e emancipatória.
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