Artigo Acesso aberto Revisado por pares

NOTABILIA ALCOBACENSES: UM TRATADO MEDIEVAL PORTUGUÊS

2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; Volume: 108; Linguagem: Português

10.5380/rel.v108i1.90556

ISSN

2236-0999

Autores

Alessandro Jocelito Beccari,

Tópico(s)

Archaeological and Historical Studies

Resumo

Este artigo tem como intuito oferecer uma apresentação inicial de um texto oriundo da Idade Média portuguesa, em que se encontram teorizações a respeito da sintaxe latina em análises contrastivas com exemplos do português arcaico. Escrito no Mosteiro de Alcobaça, Notabilia Alcobacenses constituem um texto didático que apresenta características dos tratados medievais, a saber, seu discurso é pautado por quaestiones disputatae de pontos gramaticais, em que o autor, Juan Rodríguez de Caracena (fl. ca. 1400-1427), um monge cisterciense espanhol, cita amiúde autoridades reconhecidas no clima de opinião do Baixo Medievo: Petrus Helias (ca. 1100 - post 1166), Robert Kilwardby (1215-1279) e Alexandre de Villa Dei (ca. 1175-1240/1250). Assim, tem-se como objetivo uma apresentação do fenômeno da gramática latina em Portugal (FERNANDES, 2017a, 2017b, 2015, 2014, 2012) como parte de um Zeitgeist geral (KOERNER, 2014), isto é, do Escolasticismo, e de sua expressão local como produto da escola do claustro alcobacense, estando o manuscrito disponível ao longo de séculos na biblioteca do Mosteiro (ASSUNÇÃO; SILVA, 2009). Quer-se também discutir alguns dos tópicos gramaticais presentes no manuscrito, os quais dão testemunho do pertencimento dos Notabilia Alcobacenses à vertente meridional da gramática latina do período, também conhecida como grammatica positiva do sul da Europa (LAW, 2003; PERCIVAL, 1994). Nessa discussão, utilizam-se excertos do manuscrito, traduzidos pelo autor, originalmente transcritos por Augusto, Kemmler e Fernandes (2012), pesquisadores do Centro de Estudos em Letras (CEL) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Portugal.

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