
Medicações inibidoras de SGLT2 e sua relação com a cetoacidose diabética: uma revisão a luz da literatura
2024; Brazilian Journal of Development; Volume: 7; Issue: 4 Linguagem: Português
10.34119/bjhrv7n4-385
ISSN2595-6825
AutoresJuliana Borges Oliveira Cano, Rodrigo Borges Oliveira Cano,
Tópico(s)Diabetes Treatment and Management
ResumoOs inibidores do cotransportador sódio-glicose tipo 2 (SGLT2) são uma classe de medicamentos eficazes no tratamento do diabetes mellitus tipo 2, reconhecidos por seus benefícios na redução dos níveis de glicose no sangue e na promoção de melhorias cardiovasculares. No entanto, a utilização desses medicamentos está associada a um risco aumentado de cetoacidose diabética (DKA). Este resumo aborda os mecanismos fisiopatológicos, fatores de risco, estratégias de monitoramento, prevenção, diagnóstico precoce e manejo da DKA em pacientes tratados com inibidores de SGLT2. Os mecanismos fisiopatológicos que ligam os inibidores de SGLT2 à DKA incluem a redução na secreção de insulina, o aumento da lipólise e da cetogênese devido ao aumento dos níveis de glucagon, e a diurese osmótica que leva à desidratação. A diminuição dos níveis de insulina e o aumento da produção de corpos cetônicos são centrais para o desenvolvimento de DKA em pacientes predispostos. Os fatores de risco para DKA em pacientes usando inibidores de SGLT2 incluem deficiência relativa ou absoluta de insulina, desidratação, dietas restritivas em carboidratos, infecções, cirurgias, histórico prévio de DKA, função renal comprometida e uso concomitante de insulina. Para prevenir a DKA, é essencial a monitorização regular dos níveis de glicose e cetonas no sangue, além da educação dos pacientes sobre os sinais e sintomas da DKA, como náuseas, vômitos, dor abdominal e respiração rápida. A hidratação adequada e a evitação de dietas severamente restritivas em carboidratos são medidas preventivas. O diagnóstico precoce da DKA é crucial e deve ser feito com um alto índice de suspeição, mesmo na ausência de hiperglicemia pronunciada. O manejo da DKA envolve a administração de fluidos intravenosos, insulina e eletrólitos, com a reidratação agressiva sendo fundamental para corrigir a desidratação e restaurar a perfusão renal. A terapia com insulina deve ser iniciada para reduzir a produção de corpos cetônicos e normalizar os níveis de glicose no sangue. A gestão adequada dos pacientes em tratamento com inibidores de SGLT2 requer uma abordagem abrangente que inclui a identificação dos fatores de risco, monitorização regular, estratégias preventivas, diagnóstico precoce e manejo adequado da DKA para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.
Referência(s)