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Memória e anacronismo em Construindo Pontes (2017)

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 16; Issue: 8 Linguagem: Português

10.55905/cuadv16n8-097

1989-4155

Paloma de Oliveira Brito, Rogério Luiz Silva de Oliveira,

Literature, Culture, and Criticism

O objetivo deste trabalho é investigar o modo como Heloísa Passos, diretora e fotógrafa, mobiliza diferentes tempos, transformando o afeto - elemento constitutivo da memória - na cinematografia de Construindo Pontes, seu primeiro longa-metragem. O filme conta a história da relação com seu pai, Álvaro, um engenheiro civil que viveu seu auge na carreira durante a ditadura militar no Brasil. Entre memórias do passado e um futuro incerto diante da instabilidade política no país, pai e filha buscam outras formas de enxergar o mundo. É por meio de uma análise da materialidade fílmica que o texto se ancora em uma ferramenta teórico-metodológica a partir do conceito de anacronismo, originalmente apresentado pelo filósofo e historiador Georges Didi-Huberman. Para isso, são destacados alguns planos do documentário, sobretudo as imagens de arquivo utilizadas ao longo da narrativa fílmica, que nos permitem entender sobre uma heterogeneidade de memórias marcada por uma dimensão afetiva. Em outras palavras, o objetivo principal do texto é refletir a criação de imagens à luz de um fenômeno de memória manifestado segundo uma dinâmica de anacronismo.