
Irmãos e irmãs de todos para resistir à crueldade do mundo
2024; Volume: 84; Issue: 328 Linguagem: Português
10.29386/reb.v84i328.5412
ISSN2595-5977
AutoresNey de Souza, Rodolfo Gasparini Morbiolo,
Tópico(s)Social and Economic Solidarity
ResumoA realidade mais evidente dos tempos atuais em todo o mundo é a crueldade, como dinâmica de vida humana em sociedade. Crueldade nas relações interpessoais, na política dos povos e nações, guiando as ideologias econômicas, construindo uma cultura de violência que impregna até as religiões, nas posturas mais extremistas, transformando-as em abusadoras do sentimento religioso, também através da guerra. Este tema norteou a Encíclica sobre a fraternidade e amizade social do Papa Francisco (2020), cujos temas também iluminam a Campanha da Fraternidade de 2024, jubilante de 60 anos de evangelização no Brasil, por meio do incentivo eclesial ao amor político. O amor político entende-se desde a Doutrina Social da Igreja como comprometimento não apenas com as necessidades especificas de uma pessoa ou grupo, mas com o conjunto de políticas necessárias para extinguir o mal social – é verdadeira preocupação com todos. Noutra esfera de reflexão, o pensamento complexo de Edgar Morin também sugere a fraternidade como remédio para a crueldade do mundo, e como modo concreto de resistência da esperança. O presente artigo desenvolve as linhas mestras da reflexão de Morin e de Francisco, aproximando-as, em vista de um aprofundamento do significado do chamado ao amor político, de caráter mais universal que o amor social, identificando-o com o conceito de fraternidade universal, e o apresenta como resistência concreta da esperança para superação da crueldade e da violência. Abstract: The most evident reality of current times around the world is cruelty, as a dynamic of human life in society. Cruelty in interpersonal relationships, in the politics of peoples and nations, guiding economic ideologies, building a culture of violence that permeates even religions, in the most extremist stances, transforming them into abusers of religious sentiment, also through war. This theme guided the Encyclical on fraternity and social friendship of Pope Francis (2020), whose themes also illuminate the Fraternity Campaign of 2024, jubilant 60 years of evangelization in Brazil, through ecclesiastical encouragement of political love. Political love is understood from the Social Doctrine of the Church as a commitment not only to the specific needs of a person or group, but to the set of policies necessary to extinguish social evil – is true concern for everyone. In another sphere of reflection, Edgar Morin’s complex thought also suggests fraternity as a remedy for the cruelty of the world, and as a concrete way of resisting hope. This article develops the main lines of Morin and Francisco’s reflection, bringing them together, in view of a deepening of the meaning of the call to political love, of a more universal character than social love, identifying it with the concept of universal fraternity, and presents it as a concrete resistance of hope to overcome cruelty and violence. Keywords: Humanism; War; Political love; Fraternity; Francis; Morin.
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