
Música clássica e cinemas autorais latino-americanos: recorrências de repertório e modos de utilização
2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA; Volume: 18; Issue: 2 Linguagem: Português
10.34019/1981-4070.2024.v18.43251
ISSN1981-4070
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoO emprego de música preexistente é uma característica do cinema contemporâneo (Hubbert, 2014; Chion, 2019) e, no caso da música clássica, os repertórios barroco e minimalista se destacam. Observamos essas recorrências em nossa pesquisa de filmes contemporâneos autorais a partir de um mapeamento do repertório em filmes participantes dos festivais de Berlim, Cannes e Veneza. Neste artigo, detemo-nos na América Latina, com o objetivo de destacar quatro filmes que apresentam essas características de repertório, fazendo análise fílmica de sequências com música: Gloria (2013) e Uma mulher fantástica (2017), ambos de Sebastián Lelio, El Club (Pablo Larraín, 2015) e Birdman (Alejandro Iñarritu, 2014). Nos três primeiros, há música de Bach, Handel e Vivaldi, sendo a música desses dois últimos especialmente importantes na narrativa de Uma mulher fantástica. Em El Club destacam-se as obras do compositor Arvo Pärt e seu sentido espiritual é explorado. O também minimalista John Adams é utilizado em Birdman, num dos momentos de maior ambiguidade entre diegético e extradiegético. Também consideramos o conceito de “música de autor” de Gorbman (2007), que se refere à escolha da trilha musical pelo diretor do filme e ao seu consequente controle maior sobre a música. Para isso, recolhemos informações em entrevistas com os diretores e colaboradores, e observamos que o conceito se aplica principalmente a Sebastián Lelio.
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