Estado nutricional de crianças com Leishmaniose Visceral admitidas em uma pediatria de um hospital de alta complexidade

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 17; Issue: 9 Linguagem: Português

10.55905/revconv.17n.9-015

ISSN

1988-7833

Autores

Juliana Moreira da Silva Cruvel, Yalla Diniz Santiago, Ana Gabriella Magalhães de Amorim dos Santos, Maria Milena Bezerra Sousa, Marluce Alves Coutinho, Maria Patrícia Rodrigues Santos Barroso, Stefanie Mendes Quirino, Nataniele Ferreira Viana, Eliete Costa Oliveira, Marianne de Carvalho Rodrigues Castro, Bruna Renata Fernandes Pires,

Tópico(s)

Food Security and Health in Diverse Populations

Resumo

Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é a forma mais grave de leishmaniose, pois é fatal em 95% dos casos e o Brasil é um dos cinco países com maior número de casos anuais no mundo. A desnutrição aumenta o risco e a gravidade da LV e a LV aumenta o risco de desnutrição. Objetivo: avaliar o estado nutricional na admissão hospitar de crianças diagnosticadas com LV. Metodologia: estudo transversal, retrospectivo, com análise prontuários. A desnutrição aguda foi considerada quando o paciente apresentou ao menos uma das medidas de crescimento: circunferência do braço para idade (CB/I), peso para estatura (P/E) ou índice de massa corporal para idade (IMC/I) < -2 score-z. A desnutrição crônica, quando a estatura para idade (E/I) < -2 score-z. A ferramenta de triagem de risco nutricional utilizada foi o STRONGkids. Os fatores associados a desnutrição em crianças com LV (indicadores antropométricos, variáveis demográficas e clínicas) também foram analisados. Resultados: Foram incluídas 138 crianças, a mediana de idade foi de 2,1 anos e de tempo de internação de 18 dias. Com relação a classificação de risco nutricional, nenhum paciente foi classificado como de baixo risco para desnutrição. O indicador que mais identificou a desnutrição aguda foi a CB/I (31,9%). A desnutrição crônica (E/I) esteve presente em 17,4% das crianças. Com relação aos fatores associados a desnutrição, a associação entre o IMC/I e idade foi a única significativa estatisticamente (p = 0,014), em que a desnutrição aguda esteve em maior proporção em crianças maiores (> 5 anos). Conclusão: Houve uma alta frequência de desnutrição aguda e crônica, a faixa etária ≥ 5 anos apresentou maior taxa significativa de desnutrição pelo indicador IMC/I. Um melhor esclarecimento da relação desnutrição/LV pode contribuir para um melhor gerenciamento desta doença e o desenvolvimento de estratégias preventivas. Estratégias de prevenção e controle para LV precisam levar em consideração o estado nutricional das crianças.

Referência(s)