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EDUCAÇÃO MÉDICA EM SAÚDE E ESPIRITUALIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA UNIVERSIDADE À PRÁTICA CLÍNICA NO BRASIL

2024; Volume: 6; Issue: 9 Linguagem: Português

10.36557/2674-8169.2024v6n9p1218-1233

2674-8169

Estella Ramos Rezende, Bruna Paola Santos Zonta, Larissa Cristine Souza Lopes,

Palliative and Oncologic Care

A espiritualidade desempenhou por séculos um papel fundamental nos cuidados em saúde. Apesar disso, os movimentos filosóficos dos séculos XVIII e XIX e os avanços tecnológicos do início do século XX, forjaram um modelo reducionista de saúde. Visando resgatar as raízes espirituais da Medicina, frente à escassez de elementos humanísticos no atendimento ao paciente, acadêmicos e profissionais médicos fomentaram pesquisas sobre a dimensão espiritual da saúde, desde o final do século passado. Também nesse período teve início o movimento de educação médica sobre espiritualidade em Universidades. No Brasil, contudo, essa inclusão acadêmica ainda enfrenta limitações. Em razão disso, é importante investir na produção de conhecimentos que corroborem as evidências científicas no território brasileiro. Nesse sentido, o presente relato de experiência objetiva, por meio de um estudo descritivo, compartilhar os aprendizados de médicas que tiveram sua qualificação profissional positivamente impactada pela fundação de uma Liga Acadêmica de Saúde e Espiritualidade (LASE). O período do relato abrangeu desde o ano de criação da Liga, em 2017, até 2024, data que marca os dois anos que se seguiram à graduação das médicas. Retratando a trajetória ao longo desses oito anos, as antigas fundadoras da LASE detalharam as ações das quais fizeram parte, promovendo o ensino e a pesquisa em saúde e espiritualidade, com posterior aplicação dos conhecimentos adquiridos na prática clínica. Assim, desde trabalhos publicados e apresentados em Congressos e a organização de eventos na Universidade, até o diálogo sobre as necessidades espirituais dos pacientes nos contextos de Atenção Primária à Saúde (APS) e de serviços de Emergência, as médicas adotaram a abordagem da espiritualidade como parte indissociável do processo saúde-doença, contribuindo com a construção de novos saberes, legitimados por evidências científicas.