“Necropolítica negra”: o pacto da branquitude e a invisibilidade da morte de mulheres negras no Brasil a partir de uma análise crítica de Cida Bento e Achille Mbembe

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 22; Issue: 9 Linguagem: Português

10.55905/oelv22n9-036

ISSN

1696-8352

Autores

Antônio Nacílio Sousa dos Santos, Douglas Luiz de Oliveira Moura, Marcus Antonio Cunha Bezerra, José Aurimar dos Santos Angelim, Francisco Souto de Sousa Júnior, Rosana de Medeiros Silva, Marcelo Penteado de Toledo, Felipe Cazeiro, Keila Cristina de Souza Soares, N. LIMA, Waldenilson Teixeira Ramos, EDNALDO SARAN, Elaine Pinto Sousa, Regiane Balieiro de Sousa, Felipe Rodrigues de Souza, Jorge Joaquim de Almeida,

Tópico(s)

Social and Political Issues

Resumo

O Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEIA), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou em 2024 dados alarmantes sobre homicídios de mulheres no Brasil. As taxas de homicídio de mulheres negras (pretas e pardas) são 2,6 vezes maiores do que as de mulheres brancas, destacando um cenário crítico de violência racialmente estruturada. Esse panorama revela um problema alarmante que demanda ações eficazes para mudar a situação. Para entender a persistência desse cenário de violência, a pesquisa utiliza as categorias de necropolítica, conforme Achille Mbembe (2020), e pacto da branquitude, de Cida Bento (2022). Esses conceitos ajudam a revelar como as hierarquias sociais, marcadas por raça, perpetuam a degradação e morte de mulheres negras. A pesquisa identifica o Brasil como um campo de extermínio para essas mulheres, caracterizado por uma violência destrutiva e soberana, refletindo o poder absoluto do negativo. Embora se baseie em dados quantitativos, a pesquisa adota uma abordagem qualitativa, segundo Minayo (2016), para explorar as dinâmicas subjacentes a essa realidade. A combinação dos conceitos de necropolítica e pacto da branquitude proporciona uma visão aprofundada sobre a violência letal contra mulheres negras, que transcende questões de segurança pública e aponta para um problema estrutural nas relações raciais e de gênero. É urgente implementar políticas públicas interseccionais que abordem tanto as dimensões raciais quanto de gênero, visando transformar essa realidade e proteger a vida dessas mulheres. Apenas com ações coordenadas e conscientização coletiva será possível desmantelar as estruturas opressivas que sustentam essa cruel realidade.

Referência(s)