MEDIAÇÃO DIGITAL E REPRESENTAÇÕES MENTAIS: UM ESTUDO SOBRE HIBRIDAÇÃO COGNITIVA NA ARTICULAÇÃO ENTRE HUMANOS E NÃO-HUMANOS NAS AULAS DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; Volume: 29; Issue: 2 Linguagem: Português
10.22600/1518-8795.ienci2024v29n2p337
ISSN1518-9384
AutoresRonnie Petter Pereira Zanatta, Nestor Cortez Saavedra Filho,
Tópico(s)Education and Digital Technologies
ResumoEste artigo apresenta um estudo sobre como a mediação digital no processo de ensino-aprendizagem dos conceitos de Física Moderna e Contemporânea no ensino fundamental estabelece a produção de mecanismos híbridos de cognição entre humanos e não-humanos, à luz da simetria generalizada de Bruno Latour. Para tanto, escolhemos como conteúdo de conhecimento o fenômeno da fusão nuclear, previsto como objeto de conhecimento na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de Ciências da Natureza. Diante disso, adotamos a articulação de três referenciais teóricos, a Teoria da Mediação Cognitiva em Rede (TMC), responsável por discutir os mecanismos de mediação como processamento externamente ao cérebro humano e suas implicações na estrutura cognitiva dos estudantes, a Teoria dos Modelos Mentais que classifica e categoriza os tipos de representações mentais e a Antropologia Simétrica de Bruno Latour que fornece uma visão sistêmica, reticular e não dicotomizada da construção da realidade. Os resultados iniciais foram obtidos após as análises realizadas dos questionários e das linguagens verbal e gestual dos estudantes. Posteriormente, realizamos a interpretação dos resultados de acordo com os conceitos de hibridação, desvios e traduções do pensamento latouriano. Constatamos que a mediação digital nesse contexto influencia nos mecanismos cognitivos utilizados pelos estudantes e na sofisticação das representações mentais construídas por eles. Por fim, reconhecemos que tanto o processo de ensino-aprendizagem quanto a construção de representações mentais a partir da mediação digital constituem-se em híbridos latourianos, pois os atores envolvidos passam a compartilhar competências humanas e não-humanas.
Referência(s)