A alimentação nas festas de candomblé da região da cidade do Recife já não possui o gosto dos orixás
2022; FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ; Volume: 3; Issue: 1 Linguagem: Português
10.35953/raca.v3i1.115
ISSN2596-3082
AutoresBruno Celso Vilela Correia, Cristina Larrea-Killinger, Jesús Contreras Hernández,
Tópico(s)Rural Development and Agriculture
ResumoEste artigo tem por propósito demonstrar que os terreiros de Candomblé da região de Recife já não oferecem as icônicas comidas típicas de terreiro, ou comida de orixá, nos momentos finais das festividades dos terreiros, os ditos “ajeum das festas”, na alimentação dos integrantes do culto e seus visitantes. Para tanto foram realizadas investigações nos 3 terreiros mais conhecidos e prestigiados da região e mais 2 terreiros locais onde foi possível identificar que as comidas de axé como o acarajé, o amalá, o xinxim e muitas outras iguarias vem desaparecendo deste momento festivo do culto para serem substituídas pela “comida de branco”, ou comida não relacionada com a comida dos orixás. No momento final das festas dos orixás, onde as pessoas presentes eram convidadas a participar do banquete de comunhão, os indivíduos se alimentavam das comidas prediletas da divindade em comemoração. Porém, por algumas motivações esclarecidas pelos integrantes do Candomblé local, como perseguições históricas, o custo dos alimentos, enfermidades e proibições alimentares por parte dos adeptos do culto e até mesmo a moda culinária; fizeram com que o ajeum final das festas de Candomblé da região de Recife já não parecessem com uma festa de terreiro, ao menos no tocante a alimentação característica de um terreiro de Candomblé. Hoje de tudo se encontra: bolos confeitados, frango xadrez, açaí na tigela, menos as comidas de orixá: o que fez alguns integrantes do Candomblé de Recife repensarem um retorno do ajeum das festas de terreiro ao costume da comida de orixá.
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