“Passarin canta alegre porque choveu”
2024; Volume: 43; Issue: 2 Linguagem: Português
10.37370/raizes.2023.v43.859
ISSN2358-8705
AutoresPedro Felipe Miranda de Vasconcelos, Valdênio Freitas Meneses,
Tópico(s)Arts and Performance Studies
ResumoO artigo analisa experiências e profecias das chuvas e secas do sertão da Paraíba. Aqui o termo “experiência” evoca prenúncios de “anos bons ou ruins” de estiagem, observação de plantas e animais junto a rituais de santos e datas do calendário religioso católico. Utilizamos registro de entrevistas, diário de campo e fotografias com um profeta – e agricultor aposentado – da cidade de Pombal/PB. De acervo deste mesmo profeta, também temos cordéis publicados na paróquia de Nossa Senhora do Rosário. Analisamos este material unido à revisão bibliográfica acerca das experiências das secas e das chuvas. Primeiro, como registro “folclorizado” no século passado por memorialistas que catalogaram relatos das secas e das chuvas nos “sertões” do Nordeste. Segundo, na literatura acadêmica sobre os encontros de profetas da chuva, eventos que se expandiram por vários estados do semiárido nordestino no século XXI. Realizados anualmente – e amplamente divulgados pela imprensa e redes sociais-, esses encontros são geralmente organizados por universidades e setores público e privado relacionados à meteorologia, gestão de águas e agricultura. Por fim, o artigo debate um “choque” conflituoso de legitimações: de conhecimentos científicos com os conhecimentos ditos “populares”. Da visão moderna da ciência, e seus conceitos de observação, experimentação, indução em “choque” contra as percepções sociais e saberes acerca do clima no sertão da Paraíba.
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