“Caraíba”
2024; Volume: 17; Issue: 49 Linguagem: Português
10.23925/1982-6672.2024v17i49p263-287
ISSN1982-6672
AutoresNeuza de Fátima da Fonseca, Marilda Lopes Pinheiro Queluz,
ResumoO objetivo desse artigo é refletir sobre a obra Caraíba, roteirizada e ilustrada por Flavio Colin. Apesar de escrita nos anos oitenta, foi publicada somente em 2007, cinco anos após sua morte. A obra foi publicada pela editora Desiderata, na gráfica Vozes de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Para as análises, foram considerados os paratextos, a construção e caracterização dos personagens, os cenários, a diagramação das páginas, o traço e o estilo dos desenhos, os diálogos entre o contexto da obra, do conteúdo e do país. A fundamentação teórica baseia-se nos estudos de Daniel Munduruku (2018), que traz a história do Karaíba, protetor da floresta, Januária Cristina Alves (2017), que mostra a biografia de muitos personagens do folclore brasileiro, Ailton Krenak (2020), que aponta a visão de mundo dos povos originários e Néstor Garcia Canclini (2019), com reflexões sobre os processos de hibridação cultural nos países latino-americanos. O livro se divide em três partes abordando o processo de transição do protagonista, Caraíba, um caçador que, ao longo da história, aprende a perceber os mistérios da floresta e as ameaças das madeireiras, das mineradoras e dos humanos predadores. As tensões e contradições nos modos de ver e viver a natureza são intensificados com a presença de personagens de lendas indígenas brasileiras.
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