“(Des)fabricando a educação”: entrelaçando saberes para transcender a visão utilitarista em direção a uma perspectiva humanitária da educação

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 22; Issue: 9 Linguagem: Português

10.55905/oelv22n9-079

ISSN

1696-8352

Autores

Antônio Nacílio Sousa dos Santos, Geilson de Arruda Reis, Gabriel dos Santos Kehler, Liliane Afonso de Oliveira, Leonard Almeida de Moraes, Armando Julião Paruque, Henrique Gomes de Araújo e Castro, Celso Luis Marques, Wanderson da Silva Santi, Wanúbya do Nascimento Moraes Campelo Moreira, José Airton de Sousa Júnior, Ana Carolina Peixoto Medeiros, Fernanda Michele de Oliveira nbsp Silva, Layane Evellin Pinto Lima, Anna Thereza Leite Cavalcanti, Rone Rosa Martins,

Tópico(s)

Education Pedagogy and Practices

Resumo

A educação formal sempre esteve vinculada aos interesses do grande Capital, das corporações multinacionais e das organizações multilaterais, com o propósito de inculcar um ethos cultural que privilegia uma visão utilitarista do ser humano em detrimento de uma perspectiva humanista, que valoriza o indivíduo, suas relações e sua sociabilidade cotidiana. Nesse contexto, a educação praticada nas instituições de ensino, desde a formação de professores, passando pelo conteúdo curricular, até as táticas e estratégias pedagógicas, como discutido por Michel de Certeau, tem se mantido subordinada aos interesses dos gestores e formadores do Capital. Desse modo, esta pesquisa busca questionar o caráter utilitarista da educação, que se alinha aos interesses das classes dominantes e marginaliza conceitos, princípios e saberes capazes de reconfigurar o cenário educacional. Assim, indagamos: Como a educação formal, historicamente vinculada aos interesses do grande Capital, pode ser ressignificada a partir de uma perspectiva humanista que desafie a lógica utilitarista predominante nas instituições de ensino? O objetivo é revelar uma educação que resgate a dimensão humana, oferecendo uma alternativa crítica ao modelo atual, que frequentemente desconsidera a formação integral dos indivíduos e a promoção de valores que transcendam a lógica mercantil. Para isso, nos apoiamos nas obras A fábrica da educação de Ricardo Antunes e Geraldo Augusto Pinto (2017) e A escola não é uma empresa de Christian Laval (2003), que nos permitem clarificar e expandir nosso entendimento sobre a “coisificação” da educação. Metodologicamente, nosso empreendimento analítico é de natureza qualitativa (Minayo, 2016), bibliográfica (Gil, 1999) e compreensiva (Weber, 2006). Assim, os achados desta pesquisa apontam para a necessidade urgente de repensar a educação formal, não apenas como um instrumento de reprodução dos interesses do Capital, mas como um espaço de resistência e transformação, capaz de fomentar o desenvolvimento integral e a emancipação dos sujeitos a partir de uma perspectiva humanista.

Referência(s)