
Blocos Afro de Carnaval em Belo Horizonte: da segregação racial ao fazer-cidade
2024; Editora Universitária Champagnat; Volume: 16; Linguagem: Português
10.1590/2175-3369.016.e20230201
ISSN2175-3369
AutoresLuís Fernando Silva Andrade, Ana Flávia Rezende, Luiz Alex Silva Saraiva,
Tópico(s)Arts and Performance Studies
ResumoResumo O objetivo deste artigo é compreender de que forma o Kandandu, enquanto expressão do direito dos Negros à cidade, se consolidou como marco do Carnaval de Belo Horizonte, como um lugar de valorização e inclusão da negritude. O Kandandu é o evento que agrega os blocos Afro de Belo Horizonte e abre as festividades de Carnaval da cidade. Ao desenvolver a presente pesquisa, foi realizada uma contextualização da capital mineira, destacando os aspectos de segregação socioespacial que remontam a sua origem, respaldada em um arcabouço teórico que contempla dimensões de espaço, segregação, cultura e política. Recorre-se aqui à etnografia, entrevistas e à pesquisa documental para compreender o processo de constituição do Kandandu a partir de dois blocos Afro: Angola Janga e Magia Negra. Os resultados indicam que o Carnaval, especificamente a atuação dos blocos Afro de Belo Horizonte, para além de suas dimensões lúdica e do espetáculo, se norteia pela luta em torno da valorização dos Negros e da ocupação da cidade, em especial da região central, por comunidades e grupos historicamente excluídos, em processos de fazer cultura e de fazer cidade materializados pelo Kandandu.
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