Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

O efeito moderador do narcisismo do CEO na sensibilidade da remuneração ao desempenho

2024; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 35; Issue: 95 Linguagem: Português

10.1590/1808-057x20241909.pt

ISSN

1808-057X

Autores

Yuri Gomes Paiva Azevedo, Sílvio Hiroshi Nakao,

Tópico(s)

Corporate Finance and Governance

Resumo

RESUMO O objetivo deste estudo é examinar se o narcisismo do Diretor Executivo (Chief Executive Officer - CEO) tem um efeito moderador sobre a sensibilidade da remuneração ao desempenho (pay-performance sensitivity). Preenchemos uma lacuna na literatura existente, que ignora os aspectos comportamentais dos agentes na elaboração dos planos de remuneração dos executivos, fornecendo evidências do efeito moderador do narcisismo do CEO sobre a sensibilidade da remuneração ao desempenho. Esclarecemos o fato de que os acionistas e os investidores potenciais podem enfrentar custos de agência mais altos ao investir em empresas lideradas por CEOs narcisistas, considerando que os CEOs narcisistas tendem a receber níveis mais altos de remuneração do que seus pares, independentemente do desempenho da empresa. Este estudo também tem implicações para os membros do conselho e recrutadores, que podem levar em conta esse aspecto psicológico ao propor esquemas de remuneração aos CEOs. Os resultados estendem a discussão anterior sobre a baixa sensibilidade da remuneração ao desempenho (ou sua não significância), sugerindo que isso pode ser parcialmente atribuído às características psicológicas dos CEOs, que desempenham um papel na concepção da remuneração dos executivos. Uma amostra de 1.057 empresas não financeiras dos EUA (8.869 observações empresa-ano) durante o período de 2002 a 2018 foi analisada usando regressões do método generalizado de momentos sistêmico (system generalized method of moments - SYS-GMM) devido à relação endógena entre a remuneração do CEO e o desempenho da empresa. Os principais resultados mostram que o narcisismo do CEO reduz a associação entre a remuneração do CEO e o desempenho da empresa, corroborando a previsão de que o narcisismo pode ser visto como um “lado sombrio” na elaboração de planos de remuneração de executivos. Essa constatação é robusta em relação a medidas alternativas de sensibilidade da remuneração ao desempenho, e outros testes de robustez indicam que nossos resultados não são motivados pelo excesso de confiança do CEO. Portanto, este estudo contribui para a literatura ao fornecer, até onde sabemos, as primeiras evidências empíricas do efeito moderador do narcisismo do CEO sobre a sensibilidade da remuneração ao desempenho.

Referência(s)