RELATO DE CASO: ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS NOS NEUTRÓFILOS DO SANGUE PERIFÉRICO EM PACIENTE COM LINFOMA NÃO HODGKIN DIFUSO
2022; Medical Association of São Paulo; Linguagem: Português
10.5327/1516-3180.140s1.7052
ISSN1806-9460
AutoresJT Nunes, MLQC Matos, AS Aleixo, LC Fernandes, LN Tiago, AB Fernandes, JR Campos, EDL Cabral,
Tópico(s)Healthcare during COVID-19 Pandemic
ResumoObjetivo: Relatar as alterações morfológicas encontradas em esfregaço de sangue periférico de um paciente em tratamento para linfoma não Hodgkin difuso durante o uso e após a suspensão do quimioterápico cisplatina. Método: Paciente do sexo masculino, 76 anos, em quimioterapia (rituximabe, gencitabina e cisplatina), realizou exame de hemograma no dia 9 de maio de 2022. A amostra foi coletada em anticoagulante EDTA K2 (Vacuette®) e analisada no equipamento XN-1000 Sysmex®. Após a análise, o equipamento emitiu os alertas de neutrofilia, linfopenia, granulócitos imaturos, anemia e desvio à esquerda. Foi confeccionado um esfregaço sanguíneo para avaliação morfológica e realizada coloração pelo método de May Grunwald – Giemsa no equipamento Slideink II. Conclusão: O hemograma apresentou os seguintes resultados: hemácias: 2.840.000/mm3, hemoglobina: 8,9 g/dl, hematócrito: 26,9%, RDW-CV: 15,6%. Global de leucócitos: 7.250/mm3. Contagem diferencial: bastonetes – 1%, neutrófilos – 88%, monócitos – 3%, linfócitos – 8%. Plaquetas: 152.000/mm3. Foi identificada a presença de neutrófilos gigantes e cerca de 1% de donut cell (célula em rosca). Nos hemogramas subsequentes não foi observada a presença de neutrófilos gigantes e donnut cell. Após ser contactada pela equipe do laboratório, a médica oncologista informou que após o dia 9 de maio foi suspenso o quimioterápico cisplatina. Suspeitou-se, então, que ele possa ter ocasionado as alterações nos granulócitos. O mecanismo de ação da cisplatina baseia-se na ligação covalente com o ácido desoxirribonucleico (DNA), o que interfere nos processos de transcrição e replicação celular, levando à apoptose. Neutrófilo gigante e donut cell são displasias celulares decorrentes de uma maturação incompleta dos granulócitos e estão presentes na síndrome mielodisplásica, na anemia megaloblástica e no uso de quimioterápicos. Sugere-se que o quimioterápico cisplatina possa ter relação com a presença de neutrófilos gigantes e donut cell, pois, após a suspensão da droga, não foram mais observadas essas alterações nos neutrófilos.
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