Verbalizando o despertar da consciência de resistência à sujeição cultural: insurgir-se para desaprender e reaprender
2023; UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL; Volume: 25; Issue: 2 Linguagem: Português
10.17058/agora.v25i2.18630
ISSN1982-6737
AutoresInácio Márcio de Jesus Fernando Jaquete, Cyntia Simioni França, Abdala Mussa Inaque,
Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoA partir de 1960 vários países do continente africano proclamaram as suas “independências” política e administrativa do jugo colonial, fruto de conquistas efetivadas por um lado, por meio de negociação pacífica e por outro lado, pela luta armada. E foi por meio desta última que os moçambicanos alcançaram a independência nacional, à 25 de Junho de 1975. Pensadores e teóricos pós-coloniais movidos pela constatação da prevalência das colonialidades de poder vêm questionado as independências. É nesse viés que tecemos esse artigo, com objetivo de suscitar algumas reflexões que promovam e potencializam debates sobre a imposição cultural enraizado no sistema colonial, sustentado pelos discursos preconceituosos eurocentrados que buscavam incutir e enfatizar o mito de complexo de inferioridade atribuído aos homens negros; tanto como impor a homogeneização cultural eurocêntrica. Esses debates são embasados teórica e metodologicamente por viés pós-coloniais e decoloniais. Por meio de revisão bibliográfica, dialogamos com Fanon (2020) Cesáire (2020), Azagaia (2013), Ki-Zerbo (2010) Lopes (2010) e; vários autores para discutir as colonialidades que perpassam o tecido social dos moçambicanos. Portanto, das reflexões constata-se que as colonialidades podem ser desestabilizadas por meio de ações efetivas de desaprendizagem e reaprendizagem: desaprender as amaras ideológicas eurocêntricas “romper a dominação mental”, denunciar e insurgir-se contra a subalterinização, alienação cultural e desmascarar os paradigmas, estereótipos, preconceitos eurocêntricos e aprender a reconquistar e revalorizar as identidades socioculturais nativas, aprender a pensar e falar sobre o continente africano com os africanos.
Referência(s)