Uso de Psilocibina no tratamento da depressão resistente: uma revisão das evidências recentes
2024; Editora Univates; Volume: 21; Issue: 9 Linguagem: Português
10.54033/cadpedv21n9-306
ISSN1983-0882
AutoresDayse Mary de Aguiar Barbalho Videira, Bruna Eduarda Cardoso Cicuto, Letícia Nogueira Ventura Andrade, Maria Clara Vaz Oliveira, Livia Palumbo Almeida Queiroz Esteves, Pedro Meira Feitosa, Enzo Henrique Mota, Vitor Dias Jardim,
Tópico(s)Hallucinations in medical conditions
ResumoA depressão resistente ao tratamento (DRT) continua sendo um dos maiores desafios na psiquiatria, afetando uma significativa proporção de pacientes que não respondem às terapias convencionais. Nos últimos anos, a psilocibina, um composto psicodélico encontrado em cogumelos, emergiu como uma alternativa promissora no tratamento de DRT. Este artigo revisa as evidências mais recentes sobre o uso da psilocibina como intervenção terapêutica, destacando estudos clínicos e pesquisas neurocientíficas que exploram seu mecanismo de ação. A psilocibina atua predominantemente através da modulação dos receptores de serotonina, particularmente o 5-HT2A, promovendo mudanças na conectividade cerebral que podem redefinir padrões de pensamento associados à depressão. Estudos iniciais mostram que uma única dose de psilocibina, acompanhada de suporte psicológico, pode resultar em melhorias significativas nos sintomas depressivos, com efeitos duradouros observados em alguns casos.Contudo, a aplicação clínica da psilocibina enfrenta desafios éticos, legais e de segurança, especialmente considerando a natureza psicodélica da substância e seu status legal em muitos países. Além disso, o papel do contexto psicossocial, incluindo o estado mental do paciente e o ambiente em que a substância é administrada, tem sido apontado como crucial para o sucesso do tratamento. Este artigo também discute o impacto da psilocibina na neuroplasticidade, sugerindo que seus efeitos duradouros podem estar relacionados à capacidade do cérebro de se reorganizar após o tratamento. Conclui-se que a psilocibina apresenta um potencial significativo no tratamento de DRT, desde que utilizada em um contexto seguro e controlado, com mais pesquisas necessárias para consolidar sua eficácia e segurança a longo prazo.
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