Artigo Acesso aberto

Paralisia total do III par craniano após trauma cranioencefálico: relato de caso

2024; Brazilian Journal of Development; Volume: 7; Issue: 5 Linguagem: Português

10.34119/bjhrv7n5-283

ISSN

2595-6825

Autores

Yuri Brião Thomaz, Beatriz Aparecida Fernandes, Ellen Karoliny de Oliveira Dantas, Magno Lovato Júnior,

Tópico(s)

Craniofacial Disorders and Treatments

Resumo

Trata-se de um relato de caso de J.D., 60 anos, mulher, negra, com hipertensão descompensada, cefaléia persistente que progrediu à perda de consciência após Traumatismo Cranioencefálico em região orbital esquerda, gerando coágulo. Realizou exames laboratoriais e tomografia computadorizada não apresentando qualquer sinal de anormalidade, porém, em consulta, no momento do exame físico, apresentou crises convulsivas necessitando de internação imediata. Na admissão, já com coágulo pós trauma drenado, apresentava ptose palpebral, midríase e estrabismo divergente em olho esquerdo. Na angiografia cerebral realizada foi verificada vasculite em lobo temporal. Este relato buscou evidenciar a importância de relacionar o conhecimento clínico e neuroanatômico, a fim de promover diagnóstico diferencial breve e evitar maior degeneração nervosa. A Paralisia do Nervo Oculomotor após trauma cranioencefálico é classificada em direta, quando a lesão ocorre por fratura craniana que lesa o nervo, ou indireta, quando o crescimento de massas encefálicas geram compressão na fibra nervosa, sendo caracterizada por alterações clínicas e patológicas da musculatura extrínseca ocular e pupilar. Apresenta incidência de 2,7%, sendo um dos déficits mais comumente encontrados na prática clínica, porém é pouco diagnosticada nos primeiros momentos pós trauma devido a frequente riqueza de sintomas do trauma. O déficit neurológico do III par craniano apresenta importantes diagnósticos diferenciais, como hematomas epidurais, tumores, hérnias do uncus do hipocampo, enxaqueca oftalmoplégica e, principalmente, aneurismas cerebrais sendo a angiografia cerebral o exame de imagem padrão ouro para rastreio, com possibilidade de reversão sintomatológica se precocemente diagnosticados e tratados.

Referência(s)