PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE BIODIESEL DE PINHÃO MANSO
2024; Volume: 9; Issue: 1 Linguagem: Português
10.61164/rmnm.v9i1.2829
ISSN2178-6925
AutoresRafaela Fernanda Batista Ferreira, Eldon Carlos dos Santos Colares, Mateus Feitosa Santos, Isabela Cavalcante do Nascimento, Valdomiro Lacerda Martins,
Tópico(s)Thermochemical Biomass Conversion Processes
ResumoA crescente demanda por energia a base de petróleo tem reduzido cada vez mais suas reservas. Afora o fato da maioria dessas reservas estarem concentradas em uma minoria de países em constantes conflitos que, em alguns momentos, elevam o custo do petróleo. A preocupação com as reservas de petróleo, que pode impactar nos preços futuros desse combustível, aliada aos impactos ambientais devido a emissão de gases e fuligem gerados durante sua queima tem instigado, nas últimas décadas, a busca por fontes alternativas a esses combustíveis. Sendo assim, os óleos vegetais aparecem como uma alternativa viável e promissora para substituição, total ou parcial do óleo diesel de origem fóssil em motores a combustão interna com ignição por compressão. A busca pela inserção do biodiesel na matriz energética tem sido um dos focos de vários países e blocos comerciais. Esse interesse se alicerça num tripé: (1) ambiental (melhoria das condições climáticas por redução das emissões e utilização de CO2 pela matéria-prima); (2) social (desenvolvimento rural associado à produção de matéria-prima) e (3) energia (independência de fornecedores, consumidores produzindo sua própria energia). No Brasil, inúmeros estudos têm sido feito com diferentes oleaginosas para produção de biodiesel. Nesses estudos têm sido avaliadas as potencialidades bioenergéticas de cada região, a fim de que a produção de biodiesel possa cumprir uma das suas funções sociais que é gerar emprego e renda no campo. No Amazonas, uma das oleaginosas com potencial para produção de biodiesel é o pinhão manso. O pinhão manso, cientificamente conhecido como Jatropha curcas L., é uma espécie nativa da América tropical, resistente a longas estiagens e a pragas e doenças, sendo adaptável a condições edafoclimáticas muito variáveis. Desenvolve-se bem tanto em regiões tropicais secas como nas zonas equatoriais úmidas, assim como em terrenos áridos e pedregosos, podendo suportar longos períodos de seca. Essa planta atinge até 4 m de altura, com flores pequenas de cor amarelo-esverdeadas e frutos no formato de cápsulas com sementes escuras, lisas, dentro das quais se encontra uma amêndoa branca, rica em óleo. A semente pode ter 33,7 a 45% de cascas e 55 a 66% de amêndoa. As sementes do pinhão manso fornecem de 50 a 52% de óleo, quando extraído com solvente, e 30 a 35% em casos de extração por prensagem. Nesse contexto, dada às características favoráveis e a disponibilidade natural de pinhão manso na região do Amazonas, sobretudo em propriedades próximas a Itacoatiara, foi proposto nesse trabalho estudos para obtenção e caracterização de biodiesel a partir dessa biomassa. A principio tentou-se obter biodiesel com rota exclusivamente etílica, contudo, observou-se dificuldades técnicas para uma boa separação do biodiesel da glicerina. Posteriormente, produziu-se o biodiesel metílico (100%), no entanto, com intuito de se utilizar a menor percentagem possível de metanol, as reações de transesterificação foram realizadas utilizando misturas de metanol/etanol nas proporções de 40%/60% e 50%/50% metanol/etanol. Como resultado, verificou-se que o biodiesel etílico-metílico apresentou maior rendimento quando comparado com o biodiesel da rota metílica. O rendimento para essas proporções foram de 78,7, 88,0 e 88,7 %, respectivamente. O índice de acidez foi de 0,60, 1,06 e 0,74. O índice de saponificação foi de 67,9, 64 e 55. Assim sendo, o trabalho contribuiu com dados de grande valia para estudos sobre a produção de biodiesel utilizando a mistura metanol/etanol.
Referência(s)