Artigo Acesso aberto Revisado por pares

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE ENTEROBACTERALES PRODUTORA DE NEW DELHI METALOBETALACTAMASE EM HOSPITAIS BRASILEIROS NOS PERÍODOS PRÉ-COVID-19 E COVID-19

2022; Medical Association of São Paulo; Linguagem: Português

10.5327/1516-3180.140s1.6874

ISSN

1806-9460

Autores

JM Nurmberger, FM Inoue, APT Lobo, V. Da Silva, DR Ramadan, Sérgio Tufik,

Tópico(s)

Healthcare Regulation

Resumo

Objetivo: Descrever as taxas de Enterobacterales produtoras de NDM identificadas em hospitais terciários brasileiros comparando os períodos pré-Covid-19 (2018-2019) versus Covid-19 (2020-2021). Método: A identificação bacteriana foi realizada por espectrometria de massa e a concentração inibitória mínima para os antimicrobianos foi determinada por sistema automatizado, exceto para polimixina B, para a qual foi utilizado o método de microdiluição em caldo. Foi aplicado método fenotípico para a pesquisa de carbapenemases em amostras resistentes a um ou mais carbapenêmicos. A detecção dos genes (blaKPC, blaNDM, blaIMP, blaVIM, blaGES and blaOXA-48-like) foi determinada por PCR em tempo real. Conclusão: Um total de 450 Enterobacterales produtoras de NDM foram detectadas no período avaliado. A frequência de isolados detectados no período pré-Covid-19 foi de 22,2% (100/450) e no período Covid-19, de 77,8% (350/450). Os cinco microrganismos de maior prevalência nos períodos pré-Covid-19 e Covid-19 foram: 316 Klebsiella pneumoniae (24,6%; 75,3%), 64 Proteus mirabilis (6,3%; 97,7%), 21 Providencia rettgeri (33,3%; 66,7%), 16 Enterobacter cloacae (18,8%; 81,2%) e 10 Escherichia coli (10%; 90%). Vinte e três amostras pertenciam a outras espécies de Enterobacterales (30,4%; 69,6%). Os principais sítios de isolamento foram swab retal, urina, sangue e ponta de cateter. Altas taxas de resistência foram observadas para os betalactâmicos. Entre as amostras de K. pneumoniae, 42,6% e 53,7% foram resistentes à amicacina e à gentamicina, respectivamente. Todas as amostras carreavam o gene blaNDM e uma K. pneumoniae carreava também o gene blaKPC. A ocorrência e a disseminação do gene blaNDM em bacilos Gram negativos isolados em hospitais brasileiros aumentou significativamente desde 2020. A detecção precoce desse mecanismo de resistência por métodos de triagem e vigilância podem ser cruciais para o sucesso do tratamento clínico, da vigilância e das medidas de controle hospitalar.

Referência(s)
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