Artigo Acesso aberto

Bloqueio da bainha do músculo reto abdominal com bupivacaína 0,25% em equino submetido à herniorrafia umbilical - relato de caso

2024; Brazilian Journal of Development; Volume: 7; Issue: 3 Linguagem: Português

10.34188/bjaerv7n3-113

ISSN

2595-573X

Autores

Isabela Marchesi Reina, Igor Santos Freitas, Selene Daniela Babboni,

Tópico(s)

Body Contouring and Surgery

Resumo

O Bloqueio da bainha do músculo reto abdominal ou Rectus Sheaf Block (RSB) foi descrito em 1899 por Schleich, para proporcionar analgesia da parede abdominal ventral em laparotomias humanas. Este bloqueio consiste na aplicação de anestésico local entre as fibras do músculo reto abdominal e a sua fáscia ventral, tradicionalmente utilizado para procedimentos na região umbilical, promovendo antinocicepção dos dermátomos de T9-T11 e com o aprimoramento da técnica, passou a envolver dermátomos de T6-L3, a depender da execução e local de punção. Na medicina veterinária, o RSB ainda não é amplamente difundido, estudos cadavéricos já foram executados em diferentes espécies animais, e em equinos é descrito apenas um estudo randomizado feito in vivo. Cirurgias envolvendo a parede abdominal são comuns na prática clínica equina, tornando essencial o emprego de técnicas locorregionais no protocolo anestésico, a fim de diminuir os efeitos sistêmicos dos anestésicos gerais e opioides, melhorando significativamente o pós-operatório. Assim sendo, objetivou-se relatar o uso do bloqueio da bainha do reto abdominal com bupivacaína 0,25% em um equino adulto e saudável submetido à herniorrafia umbilical. No protocolo anestésico, foram administrados 0,8 mg/kg de xilazina e 0,3 mg/kg de butorfanol na medicação pré-anestésica (MPA), cetamina 3 mg/kg e diazepam 0,2 mg/kg para indução. O bloqueio foi realizado com bupivacaína 2 mg/kg diluída 0,25% com solução fisiológica, e a manutenção feita com EGG 0,5 mg/kg/h e bólus intermitente de fentanil diluído de acordo com a necessidade. O bloqueio foi realizado em decúbito dorsal, com punção única em cada hemiabdômen. Durante o procedimento, o animal foi monitorado quanto a frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), pressão arterial (PA) e a profundidade anestésica de acordo com os planos de Guedel. Foi possível manter um plano anestésico estável sem intercorrências, apresentando miorrelaxamento satisfatório e analgesia significativa. No pós-cirúrgico o equino retornou à posição quadrupedal em 50 minutos, sem complicações ou fraqueza excessiva nos membros pélvicos.

Referência(s)