Liberdade, servidão moral e a influência da vontade na formação do caráter
2024; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 69; Issue: 1 Linguagem: Português
10.15448/1984-6746.2024.1.46197
ISSN1984-6746
Autores Tópico(s)Brazilian Legal Issues
ResumoO texto traz uma tradução de três capítulos da obra Doctrine of the Will, de Asa Mahan (1845). Neles, Mahan busca mostrar que, ao contrário do que se pode pensar, a doutrina da liberdade não gera um espírito de soberba, de altivez, e de autodependência, mas fomenta o surgimento de um espírito de humildade e dependência da Graça Divina. Para tanto, ele, inicialmente, retoma uma importante distinção entre dois sentidos do termo “liberdade”: a liberdade entendida como o “oposto de servidão moral”, e a liberdade entendida como o “oposto de necessidade”, questão que já havia sido explicada mais detalhadamente nos capítulos anteriores de Doctrine of the Will. Nesse contexto, Mahan argumenta que o grande erro de muitos metafísicos na Modernidade foi tomarem a ideia de liberdade da vontade como se ela fosse o oposto de servidão moral, e não como o oposto de necessidade, o que deveriam ter feito para que suas teorias contribuíssem verdadeiramente à compreensão da liberdade como atributo da vontade humana. Além disso, o autor aborda a questão da servidão moral para, na sequência, mostrar que o elemento mais importante na formação do caráter moral das pessoas é o elemento voluntário, e defende que a doutrina da liberdade, no sentido em que ele a apresenta ao longo da obra Doctrine of the Will, quando aceita pelas pessoas, tende a gerar nelas um espírito de humildade e dependência da Providência Divina, espírito esse que, segundo ele, está na base da verdadeira piedade e virtude; e a admissão dessa doutrina também destrói o espírito de autodependência, soberba e altivez, ao passo que a doutrina da necessidade tem tendências opostas a essas.
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