Artigo Acesso aberto

Doença celíaca: epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento

2024; Brazilian Journal of Development; Volume: 7; Issue: 5 Linguagem: Português

10.34119/bjhrv7n5-392

ISSN

2595-6825

Autores

Isadora Reisdorfer Oliveira, Júlia Prado Pouzas Guedes, Larissa Cristina de Moraes, Vanessa Fernanda Lima Barroso, G. F. SILVA,

Tópico(s)

Celiac Disease Research and Management

Resumo

A doença celíaca é uma condição autoimune desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína presente no trigo, centeio e cevada. Sua prevalência global vem aumentando, especialmente em países ocidentais, onde estima-se que afete cerca de 1% da população. Indivíduos com predisposição genética, especialmente portadores dos alelos HLA-DQ2 e HLA-DQ8, apresentam maior risco de desenvolver a doença, bem como aqueles com histórico familiar de doença celíaca e outras condições autoimunes, como diabetes tipo 1 e tiroidite autoimune. A fisiopatologia envolve uma resposta imune anômala à ingestão de glúten, que leva à inflamação crônica e danos na mucosa do intestino delgado, resultando em má absorção de nutrientes. A inflamação crônica pode resultar em atrofia das vilosidades intestinais, comprometendo a absorção de micronutrientes e levando a deficiências nutricionais importantes, como as de ferro, cálcio e vitaminas D e B12. O diagnóstico envolve a combinação de testes sorológicos, como a dosagem de anticorpos antitransglutaminase tecidual, e a confirmação por meio de biópsia do intestino delgado. O diagnóstico precoce é crucial, uma vez que o tratamento oportuno pode prevenir complicações graves, como osteoporose, infertilidade e, em casos raros, o desenvolvimento de linfoma intestinal. O principal tratamento para a doença celíaca é a adoção de uma dieta sem glúten, que deve ser seguida de forma rigorosa e por toda a vida. Embora eficaz na maioria dos pacientes, a adesão à dieta pode ser desafiadora, especialmente devido à contaminação cruzada e à dificuldade em evitar traços de glúten em alimentos processados. A educação nutricional é essencial para o manejo adequado da condição e prevenção de deficiências nutricionais. Recentemente, novas terapias, como enzimas digestivas e moduladores imunológicos, estão sendo estudadas como potenciais complementos à dieta sem glúten, oferecendo esperança de tratamentos menos restritivos no futuro.

Referência(s)