Artigo Acesso aberto

Clarice Lispector e o filme “O livro dos prazeres”: adaptação e leitura em discurso

2024; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE; Volume: 13; Linguagem: Português

10.22297/2316-17952024v13e02401

ISSN

2316-1795

Autores

Fábio Scorsolini-Comin,

Tópico(s)

History, Culture, and Society

Resumo

As relações entre o texto literário e sua adaptação à linguagem cinematográfica compõem um rico cenário de estudo. Mas quais os limites e as possibilidades desse diálogo entre obras, linguagens e formas de fruição artística? Quais marcadores orientariam a adaptação de uma obra literária para o cinema? Por meio desses questionamentos, o objetivo deste ensaio é refletir sobre os sentidos da adaptação da obra literária para o cinema na experiência do filme O livro dos prazeres, de 2020, “livre adaptação” da obra Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres, de Clarice Lispector, lançado originalmente em 1969. Parte-se, no presente ensaio, da consideração de que filme e livro compõem obras distintas e únicas, embora porosas. Questiona-se a identificação do filme como uma “livre adaptação”, o que permite tanto uma leitura que demande a adaptação de uma linguagem (da literatura) à outra (a fílmica) quanto a da liberdade (concedida à diretora e à roteirista, por exemplo) associada ao fato de o filme ser, em si, uma nova obra. O filme O livro dos prazeres, portanto, emerge como uma obra que pode ser analisada em si, ultrapassa a necessidade de uma leitura colada ao texto literário, ao mesmo tempo que pode ser compreendida em diálogo com o texto original clariciano.

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