ANÁLISE RETROSPECTIVA DOS RESULTADOS DE EXAMES MOLECULARES PARA VÍRUS MONKEYPOX REALIZADOS EM UM LABORATÓRIO PRIVADO SITUADO EM SÃO PAULO, DURANTE SURTO MUNDIAL
2023; Medical Association of São Paulo; Linguagem: Português
10.5327/1516-3180.141s2.9017
ISSN1806-9460
AutoresPAS Facioli, TVG Prata, TSP Barboza, NA Olivé, TMM Venas, AM Fraga,
Tópico(s)Virus-based gene therapy research
ResumoObjetivo: O Monkeypox (MPXV) é um vírus DNA do gênero Orthopoxvirus, descrito inicialmente em macacos, agente de uma doença sistêmica caracterizada por lesões vesicobolhosas (mpox). O primeiro caso em humanos foi identificado em 1970, na República Democrática do Congo, tendo, a seguir, se tornado uma zoonose endêmica na África. Em maio de 2022, um surto de mpox em países não endêmicos iniciou-se na Europa e se espalhou rapidamente, sendo classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como emergência de saúde pública internacional (ESPI), que atingiu 110 países e produziu cerca de 87 mil casos e 112 mortes. De junho de 2022 a abril de 2023, foram confirmados 10442 casos no Brasil, com pico de incidência entre julho e agosto de 2022. O objetivo deste estudo é avaliar os resultados dos exames moleculares para MPXV realizados em um laboratório privado de São Paulo, desde o início da ESPI. Método: Análise retrospectiva dos resultados de exames para MPXV por reação em cadeia da polimerase (PCR), realizados em um laboratório privado de São Paulo, no período de junho de 2022 a maio de 2023. A metodologia desenvolvida no laboratório utilizou primers e sondas específicas para o gene J2R do MPXV. Conclusão: Foram processados 750 raspados de lesões cutâneas ou mucosas de indivíduos com suspeita de mpox, dos quais 176 (23,5%) tiveram resultado positivo para MPXV. Quanto à proveniência dos indivíduos testados, 641 eram de São Paulo (23% positivos); 50, do Rio Grande do Sul (32% positivos); 29, do Distrito Federal (14% positivos); 14, do Rio de Janeiro (14% positivos); seis, de Pernambuco (33% positivos); cinco, Maranhão (100% positivos); três, do Paraná (33% positivo); e dois, do Rio Grande do Norte (0% positivos). Os resultados positivos foram mais frequentes em pacientes do sexo masculino (95%) com idade entre 31 e 40 anos (54%), ou entre 20 e 31 anos (24%). Vale salientar cinco amostras de raspado de lesão conjuntival, duas delas positivas. O Brasil viveu um expressivo surto de mpox entre homens jovens, em que o exame por PCR foi fundamental para o diagnóstico, com participação dos laboratórios privados na oferta do exame no cenário nacional.
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