Pentecostalismo no ou do quilombo?
2024; Arturo Prat University; Volume: 18; Linguagem: Português
10.61303/07184727.v18i.1160
ISSN0718-5472
Autores Tópico(s)Religion, Society, and Development
ResumoNo Brasil existem mais de três mil comunidades quilombolas reconhecidas pelo Estado. Nesses espaços, assim como no restante do país, vem ocorrendo o decréscimo do catolicismo e expansão do pentecostalismo evangélico. Em tal contexto, toma-se como objeto de análise uma comunidade quilombola da Amazônia brasileira cuja população, na maioria, é adepta do pentecostalismo evangélico (51,1 %). O objetivo é fazer uma breve descrição da religião praticada pela maioria dessa população, e, ao mesmo tempo, refletir sobre o agenciamento dos quilombolas no processo de adoção e produção do pentecostalismo. Os métodos utilizados foram a observação participante e realização de entrevistas semiestruturadas. A análise foi feita sob uma perspectiva teórica pós-colonial. Os resultados apontam que o processo de conversão da população não implicou abandono ou apagamento substancial das antigas crenças de origem africana e indígena, havendo, de fato, uma articulação de outras formas de significado alocadas dentro de uma poderosa dinâmica sincrética do pentecostalismo, que, por sua vez, é apossado e “crioulizado” pelos quilombolas. Conclui-se que o pentecostalismo praticado no quilombo é mais um desdobramento do vasto conjunto de experiências agenciadas das religiosidades afro-diaspóricas do contexto brasileiro.
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