Artigo Acesso aberto Produção Nacional

O mordomo do poeta: o processo de invisibilização do artista plástico Luiz Raphael Domingues Rosa, guardião da memória de Augusto dos Anjos

2024; UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA; Volume: 16; Issue: 42 Linguagem: Português

10.5965/2175180316422024e0202

ISSN

2175-1803

Autores

Leonardo Ferreira, Letícia Julião,

Tópico(s)

Literature, Musicology, and Cultural Analysis

Resumo

Este artigo discute o papel decisivo desempenhado pelo artista plástico Luiz Raphael Domingues Rosa (1945-2007) no processo de identificação do poeta paraibano Augusto dos Anjos (1884-1914) como patrimônio da cidade de Leopoldina, Minas Gerais. É analisada sua atuação como colecionador do poeta e da própria história de Leopoldina, tanto quanto a apropriação que faz da casa onde Augusto dos Anjos residiu naquela cidade, em 1914, ao lhe conferir o sentido de memorial, inaugurando ali “Espaço dos Anjos”, em 1983. O “Espaço dos Anjos” funcionou como um misto de museu, ateliê e escola de arte, encerrando suas atividades em 2007 com a morte de Luiz Raphael. A casa foi reaberta ao público em 2012, sob a gestão da administração municipal, como “Museu Espaço dos Anjos”, exibindo exclusivamente o acervo do poeta paraibano. Neste momento de transição, em que se opera a institucionalização do museu dedicado a Augusto dos Anjos, se observa um processo de apagamento da figura do colecionador Luiz Raphael, fato que é problematizado considerando a hipótese de ser resultado de preconceitos em relação ao artista, seja pela sua persona dissidente ou por sua atuação artístico-cultural insurgente.

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