Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Da Belle Époque à COP-30: a segregação e injustiça socioambiental nas reformas urbanas entre centro e baixadas de Belém

2024; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 17; Issue: 10 Linguagem: Português

10.55905/revconv.17n.10-215

ISSN

1988-7833

Autores

Lucas Lobato,

Tópico(s)

Urban Development and Societal Issues

Resumo

Este artigo explora as transformações urbanas de Belém, analisando dois períodos históricos centrais: a Belle Époque no contexto do ciclo da borracha, e os preparativos da cidade para sediar a COP-30. O estudo investiga como as políticas públicas de urbanização, voltadas para a modernização, têm perpetuado a segregação espacial e o racismo ambiental. As intervenções realizadas no centro de Belém, como a criação dos parques lineares, a revitalização dos igarapés e projetos ligados “cidades resilientes”, favorecem as elites urbanas, ao mesmo tempo em que as comunidades de baixada que possuem de certo modo memória e apego socioambiental com seus territórios ainda continuam recebendo os projetos de canalização e macrodrenagem desde 1970, desconfigurando e “matando” os igarapés urbanos, transformando-os em grandes “esgotos” a céu aberto. A pesquisa discute os impactos dessas obras nos igarapés urbanos e suas implicações na vida nas comunidades de baixada, contrastando com as propostas de revitalização urbana a partir dos parques lineares voltadas para a COP-30, o qual, buscam reconfigurar o centro da cidade com corredores ambientais e culturais. Conclui-se que, as obras de reforma e desenvolvimento urbano em Belém, a partir da perspectiva crítica da ecopolítica urbana, se alinham à lógica de valorização dos espaços estrategicamente determinados a fim de atender aos interesses econômicos e políticos das elites urbanas da metrópole, ações que coexistem para vender e promover uma cidade que ainda não existe nos parâmetros resilientes.

Referência(s)