Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Pensamento-ação de mulheres negras do sul do Brasil borrando os limites da história intelectual, da educação e do pós-abolição

2024; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA; Linguagem: Português

10.5902/1984644487447

ISSN

1984-6444

Autores

Fernanda Oliveira da Silva,

Tópico(s)

Rural and Ethnic Education

Resumo

Esse artigo investiga a conformação do pensamento-ação de mulheres negras do sul do Brasil. Assim como há uma longa tradição de pensamento negro nas Américas, há uma diminuta produção concentrada nas pensadoras negras brasileiras. Mais ainda do sul do país, espaço que preserva uma imagem pública de exclusiva presença de descendentes de imigrantes europeus. Ao entender mulheres negras como agentes do conhecimento, este texto questiona que tipo de pensamento de mulheres negras foi gerado a partir da formação brasileira no pós-abolição, em especial do sul do Brasil. Adota como método a análise dos indícios das experiências de Luciana Lealdina de Araújo (1970-1930), idealizadora de dois asilos para crianças, dos textos e ações das educadoras Maria Helena Vargas da Silveira (1940-2012), Jeruse Romão (1960 – tempo presente), Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (1942 – tempo presente) e da socióloga Luiza Bairros (1953-2016). O objetivo está em romper com o silenciamento das ações e pensamentos. A lente de análise está nos problemas da liberdade negra que informam o campo de estudos da história do pós-abolição nas Américas. Como resultado, aponta que tal rompimento confere visibilidade à produção de mulheres negras ativistas sociais, que fizeram da escrita uma tradução do pensamento radical que as informava e motivava. Como conclusão, afirma que o pensamento-ação dessas mulheres conforma a educação como emancipação e contraposição à exclusão. Além de não apenas se inserir, mas borrar as fronteiras dos campos da história intelectual e da educação do negro no Brasil.

Referência(s)
Altmetric
PlumX