A dimensão socioeducativa do serviço social em Angola sob a perspectiva de Gramsci
2024; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Issue: 55 Linguagem: Português
10.12957/rep.2024.84197
ISSN2238-3786
AutoresJosé Dias Mateus, Rosalinda Chedian Pimentel,
Tópico(s)Social and Economic Solidarity
ResumoEste artigo objetiva analisar a dimensão socioeducativa do Serviço Social sob uma perspectiva Gramsciana, pautada no materialismo histórico-dialético, com base em pesquisa bibliográfica. Foram levantados livros e artigos de pesquisadores angolanos (assistentes sociais) e outros autores brasileiros, cujas abordagens nos levaram a concluir (provisoriamente) que Antônio Gramsci é uma figura importante na América Latina e, de certa forma, por isso, o Serviço Social nesta região tem uma particularidade que dimensiona significativamente a emancipação política da profissão. Em Angola a realidade é diferente, ou seja, não se tem aquele pensador marxista como referência. O Serviço Social em Angola em sua dimensão socioeducativa não apresenta um diálogo direto com o pensamento de Gramsci. Ao contrário, possui uma visão da profissão como “ajuda”, fundamentada na “Pedagogia da Ajuda”, portanto, calcada no humanismo cristão abstrato, que dialoga com a teoria social positivista de matriz funcionalista. A forma como se processa o capitalismo dependente em Angola dificulta as possibilidades de emancipação política da classe trabalhadora, ao ponto de que algumas profissões, como o Serviço Social, não se reconhecem como trabalho. Deste modo, as concepções dos profissionais dessa área têm poucas recorrências à teoria social emancipatória. Mas com a presença do marxismo na profissão desde 2016, há possibilidades de se construir gradativamente a interlocução dos assistentes sociais com o pensamento de Antônio Gramsci. Palavras chaves: Angola; dimensão socioeducativa; Serviço Social; Gramsci.
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